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Polícia conclui inquérito sobre morte de criança esquecida no carro, em Videira

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Videira, concluiu o inquérito policial sobre a morte de uma criança, de 3 anos e 10 meses, que foi esquecida pela madrasta, no carro da família, em Videira. Conforme o Delegado Édipo Flamia Hellt, diante de todos os elementos informativos colhidos, a madrasta foi indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

O fato ocorreu no dia 25 de abril, quando a madrasta da criança levou sua companheira ao trabalho por volta das 7h e esqueceu de deixar o enteado na creche, como fazia costumeiramente. Cerca de 10 horas depois, ao retornar do trabalho, por volta das 17h, encontrou o menino desacordado no banco traseiro. Bombeiros e SAMU foram acionados, mas a criança já estava sem sinais vitais.

Durante as oitivas, foi revelado que a investigada estava em tratamento médico, com diagnostico de transtorno de ansiedade e transtorno de deficit de atenção, fazendo uso de medicação controlada. O diagnóstico foi confirmado pela psiquiatra responsável por seu tratamento, porém, segundo o delegado, não a exime de culpa.

“A conduta da investigada, apesar de não dolosa e não intencional, ocasionou o resultado da morte, essa conduta foi negligente, haja vista que a investigada se omitiu do dever de cuidado. Também cabe ressaltar que havia previsibilidade objetiva, não foi um fato isolado, a investigada costumada fazer esse trajeto, levar a companheira até o trabalho e posteriormente levar a criança até o centro educacional”, disse o Delegado Édipo.

A mãe da criança também foi ouvida, e disse que só ficou sabendo do ocorrido após a companheira entrar em contato pedindo perdão. Já a direção do Centro de Ensino Infantil, que a criança frequentava, se pronunciou dizendo que não fez contato com a mãe da criança, por acreditar que o menino teria ficado em casa de repouso, pois no dia anterior, ela apresentava dor de dente e sintomas gripais.

A Polícia teve acesso a imagens de uma residência próxima de onde o carro foi deixado no dia do ocorrido, nelas a criança aparece transitando dentro do carro até por volta das 9 horas, depois não se observa mais movimentos. A causa foi confirmada como asfixia.

“Com a conclusão do inquérito e o indiciamento da investigada, todo o procedimento é encaminhado para o Ministério Público e do Poder Judiciário, onde serão tomadas as providencias legais, podendo arquivar o caso, solicitar novas diligências complementares ou oferecer a denúncia contra a investigada”, concluiu o delegado.