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Homem que invadiu sala de aula na Unoesc em Joaçaba dá sua versão para os fatos

O homem que invadiu uma sala de aula do curso de Odontologia da Unoesc/Joaçaba no dia 23 de abril, após um professor pedir para que os alunos desligassem os celulares, enviou um áudio para a Central de Jornalismo da Rádio Catarinense dando sua versão dos fatos. Nesta semana, os advogados de Anderson Nardi relataram o caso, confirmando que o poder judiciário concedeu medidas protetivas a favor do professor e que uma audiência de tentativa de conciliação deverá ocorrer nos próximos dias. Segundo o advogado Éber Marcelo Bundchen, alguns acadêmicos que estavam na sala de aula afirmaram em depoimento que a manifestação do professor foi direcionada a todos, e não especificamente a uma pessoa.

Nossa reportagem conseguiu contato com o namorado da acadêmica que se sentiu ofendida pelo professor. Gabriel Alves Carneiro contou que no dia 23, por volta das 08h30, enviou mensagens para a namorada com fotos de um veículo que estava sendo negociado. “Eu mandei as fotos para ela e brinquei, ‘amor, por favor me responda que é muito urgente’, e ela entrou no celular para me responder e 2 minutos depois parou”, explicou ele.

Pouco tempo depois, Gabriel disse que recebeu uma nova mensagem da namorada pedindo que ele fosse até a universidade para buscá-la. Sem entender o que estava acontecendo, ele se deslocou até a Unoesc e encontrou a jovem sentada em um banco. “Ela estava sentada num banco lá fora, chorando de soluçar, com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar”, relatou.

Em seguida, a jovem relatou o que aconteceu. Segundo Gabriel Alves Carneiro, o professor, num determinado momento da aula, chamou a atenção dela apontando uma caneta laser e proferindo ofensas. “Ele disse coisas como: ‘É por causa de pessoas babacas e idiotas que o mundo não vai para frente’, o que a fez se sentir humilhada”.

Gabriel disse que não foi a primeira vez que ela chorou por acontecimentos relacionados ao professor e admite que errou ao entrar na sala com o objetivo de fazer com que as agressões verbais cessassem. “Eu entendo que um professor não tem o direito de humilhar uma menina que não reage, acho que um diploma não dá esse direito, e temos um áudio de uma menina arrolada como testemunha que diz que ela foi humilhada”.

Na entrevista, ele também cita que a namorada está sendo alvo de represálias, sendo inclusive excluída de grupos de trabalho acadêmico. “O que eu quero muito é que ele seja responsabilizado tanto pela Unoesc, que não deu apoio nenhum para ela, emitiu uma nota de repúdio, mas em momento algum se preocupou com o psicológico da aluna”, disse Gabriel.

Um boletim de ocorrência policial foi registrado contra o professor visando uma ação judicial. “Tem que existir justiça pra mim e pra ele, pois o que ele fez foi errado”, finalizou.

Nossa reportagem entrou em contato na manhã de hoje com a Unoesc. A assessoria de comunicação informou que a reitoria não se manifestará sobre o caso.

Ouça a entrevista com Gabriel Alves Carneiro.

Por Marcelo Santos