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Suinocultores vão distribuir carne gratuita à população durante mobilização em SC

Insatisfeitos e buscando alternativas para conter o alto custo de produção e a desvalorização do quilo do suíno vivo, suinocultores devem promover um manifesto na manhã da próxima terça-feira, dia 29, na Praça Padre Roer, em Braço do Norte, no Sul de Santa Catarina.

Na ocasião, os produtores irão distribuir carne suína gratuitamente para a população. O intuito do ato é mostrar a desvalorização do trabalhador rural que não tem seu produto valorizado de forma justa, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

Prejuízo

Conforme levantamento da ACCS, o prejuízo atual do suinocultor independente passa dos R$ 300 por animal vendido. Hoje, o preço pago pelo quilo do suíno vivo é de R$ 5,00 e o custo de produção passa dos R$ 8,00. Esse cenário desesperador ocorre em meio aos recordes de exportação da carne suína e da lucratividade em ascensão das maiores agroindústrias do Brasil.

Para a mobilização, mais de 100 suínos foram doados por suinocultores de todas as regiões, entidades representativas e parceiros do setor. Agora, o objetivo das lideranças do movimento é mobilizar outros Estados para que abracem a causa e mobilizem protestos em suas regiões.

“Apesar da suinocultura estar em um bom momento nas exportações, gerando riqueza para ao Brasil, por outro lado o suinocultor está quebrando dentro da granja. A situação está insustentável. Nossos políticos precisam viabilizar os pleitos já apresentados, mas no dia 29 vamos tornar público novamente as nossas demandas”, enfatiza o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.

A região tem a maior concentração de suinocultores independentes de Santa Cataria. Somente em Braço do Norte, existem pelo menos 27 estabelecimentos ligados à cadeia da suinocultura.

“A situação é de desespero. Estão todos endividados, o preço dos insumos está nas alturas e não há previsão de baixa no valor do milho e da soja. Sabemos que o mercado trabalha com a lei da oferta e da procura. Mas no momento não há como esperar”, declara o secretário de Agricultura de Braço do Norte, Adir Engel.

Conforme Adir, se a crise continuar e 50% deles fechar, o impacto econômico no município pode gerar um revés muito maior para toda a população, não somente para o suinocultor.