Após regionalizar ações, Santa Catarina tem quatro vezes mais mortes por coronavírus
Sete semanas após Santa Catarina adotar medidas regionalizadas para combater a Covid-19, o número de mortes quase quadruplicou no Estado. No dia 2 de junho, quando era atualizada pela primeira vez a Plataforma de risco do vírus, 148 pessoas haviam perdido a vida e nenhuma das 16 regiões catarinenses estava em alerta vermelho.
Na última quarta-feira (15), o painel foi atualizado mais uma vez e sete regiões apareceram classificadas com nível gravíssimo. Nesta sexta-feira (17), Santa Catarina já contabiliza 589 mortes por conta da doença. As informações são do governo estadual. O mapa – agora com 43% pintado em vermelho – classifica os locais por maior concentração de casos, menor nível de isolamento social e as áreas com aumento de risco de colapso na saúde.
As regionais Foz do Rio Itajaí, Xanxerê, Nordeste, Médio Vale do Itajaí, Grande Florianópolis, Laguna e Carbonífera são as que precisam de mais atenção.
Segundo o quadro, sete regiões apresentam risco potencial grave e duas – assinaladas em amarelo – são classificadas como alta. Santa Catarina não tem nenhuma cidade com risco moderado.
Mestre em Saúde Pública e ex-reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Lúcio Botelho, vê a metodologia de regionalização adotada pelo Estado com ótimos olhos. No entanto, o professor acena para problemas na gestão da ferramenta e ações. “Ao mesmo tempo em que é preciso dar autonomia, é fundamental que haja coordenação”, conta.
Segundo o especialista que acompanha as ações contra a pandemia, cada região do Estado “possui particularidades” e precisa de ações coordenadas de maneira diferente.
A classificação leva em consideração os índices de casos ativos e recuperados, transmissibilidade, taxa de incidência da Covid-19 na população, proporção de casos confirmados entre os suspeitos, letalidade e velocidade de avanço do vírus por região.
Semanalmente, os gestores de cada município recebem o painel atualizado com recomendações divididas em quatro dimensões de prioridade. Elas são elencadas de 4 (como maior prioridade) a 1 (menor).