Advogada de defesa comenta liberdade concedida a cliente presa na Operação Balthus

Após nove meses de detenção, uma mulher envolvida na Operação Balthus teve sua prisão preventiva revogada e agora responderá ao processo em liberdade, sob medidas cautelares. A decisão, que representa um marco importante na defesa da acusada, foi anunciada após mais de três dias de audiência de instrução e julgamento na comarca de Joaçaba.
A advogada Walesca Tidre, responsável pela defesa da mulher, concedeu uma declaração exclusiva à nossa equipe, revelando os elementos cruciais que levaram à revogação da prisão.
“A defesa da ré se manifestou a todo momento por sua inocência. A operação em questão, buscou investigar o uso indevido das prerrogativas da advocacia em conjunto com práticas criminosas, na ocasião da prisão preventiva da minha cliente, havia sim um vínculo conjugal com o advogado que também foi preso, mas que atualmente não mais subsiste. Após o período da prisão preventiva, onde não se sustenta medidas mais duras como a prisão, há a possibilidade prevista em lei de medidas cautelares mais brandas e específicas ao caso. No processo penal, a liberdade sempre será a regra e a prisão uma exceção”, afirmou.
A Operação Balthus, deflagrada pelo GAECO em 13 de junho de 2024, investigou um suposto esquema criminoso que envolvia advogados e detentos. O nome da operação, “Balthus”, faz referência ao “nó Balthus”, um tipo de laço de gravata, simbolizando o termo “gravata” utilizado no meio prisional para se referir a advogados.
Durante a ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, além de duas prisões preventivas e três suspensões cautelares do exercício da advocacia. A operação também resultou em uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
A advogada Walesca Tride, destacou ainda que a defesa se baseou em argumentos sólidos, como a falta de evidências concretas que ligassem sua cliente a atividades ilícitas.
“Durante todo esse tempo de prisão preventiva buscamos demonstrar a inocência, porém foi na audiência de instrução e julgamento o momento primordial para que conseguíssemos esmiuçar as provas do processo, produzir um novo cenário fático da situação da acusada. Minha cliente não tinha nenhum antecedente criminal, era primária, tinha residência fixa e um trabalho lícito, por isso a tentativa de demonstração que a medida da prisão preventiva não era proporcional e a acusada não oferecia risco caso fosse colocada em liberdade”, completou a advogada.
A mulher, que na época era companheira de um advogado que tinha seu escritório em Joaçaba, também preso na operação, agora poderá responder ao processo em liberdade, o que representa uma nova fase em sua vida.
A operação continua a ser investigada, e a defesa permanece atenta a todos os desdobramentos do caso.
