Um “pix” analógico em pleno centro de Joaçaba
Na manhã desta sexta-feira, a movimentada rua 13 de Maio, coração de Joaçaba, foi palco de uma cena tão inusitada quanto criativa. Um motorista, ao não encontrar uma monitora do estacionamento rotativo, improvisou uma solução digna de um “quem quer faz”. No parabrisa de seu carro, um bilhete escrito à mão dizia: “Por favor, preciso de estacionamento”, acompanhado de uma cédula de R$ 2,00 — um “pix” analógico, por assim dizer, destinado ao pagamento da vaga.
A criatividade do ato só não superou sua ironia. Em tempos de QR Codes e vendas de créditos online, o motorista recorreu a um sistema que remete aos primórdios da honestidade urbana. A cédula dobrada ali, sobre o vidro, parecia dizer: “Se não há tecnologia que resolva, o bom e velho papel ainda serve.”
A cena chamou a atenção de pedestres. Alguns riram da simplicidade do gesto; outros aproveitaram para alfinetar o sistema rotativo e a ausência das monitoras em determinados momentos.
Enquanto isso, o bilhete com a nota ficou à mercê dos ventos de Joaçaba, quase tão imprevisíveis quanto o sucesso desse “pagamento alternativo”. Fica a pergunta: o motorista teria sua vaga regularizada? Ou o dinheiro ficou ali apenas como um retrato irônico da luta entre o improviso e a burocracia?
Seja como for, a atitude mostra que, em Joaçaba, até a simplicidade de uma cédula de R$ 2,00 pode gerar um “debate” sobre modernidade, praticidade e, claro, bom humor. Afinal, se o estacionamento é rotativo, por que não girar a criatividade também?
Por Marcelo Santos