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Prefeito de Joaçaba diz que foi pego de surpresa com mobilização de professores

Professores da rede municipal de ensino de Joaçaba realizaram no último sábado uma mobilização pelas ruas e em frente a prefeitura cobrando a implantação do piso nacional do magistério.

O presidente do Sindicato dos Servidores, João Sampaio, diz que o objetivo é buscar uma valorização da categoria, com a implantação do piso. Segundo ele foram enviadas correspondências ao executivo e também através da câmara foi criada legislação. “Como estamos encontrando resistência da administração, se optou de fazer esta manifestação de desagravo, com grande participação dos profissionais do magistério e infelizmente estamos vendo nossos professores cada vez mais desvalorizados” disse ele.

Nesta quarta-feira, na sequência da mobilização, os professores estarão participando da sessão da câmara  onde será feita uma análise da emenda que fala da aplicabilidade do piso. João Sampaio disse que não se descarta também ação judicial.

O que diz o poder executivo

O prefeito de Joaçaba, Dioclésio Ragnini, foi procurado pela reportagem da Rádio Catarinense e diz que está seguindo orientação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Ragnini disse que o piso nacional foi criado por decreto presidencial e não por uma lei, como deveria ser encaminhado e o município aguarda uma definição para ter embasamento legal. Sobre os salários dos professores, Dioclésio explicou. “Quero deixar claro que o piso é 2.994,00 e nós já pagamos R$ 3.202,00, mais regência de classe de R$ 300,00 e vale-alimentação de R$ 448,00 para professor 40h, com grau superior, chegando a R$ 3.950,00”. O prefeito disse também que em 2021 o salário era de R$ 2.885 e atualmente está em R$ 3.845,00 com aumento, segundo ele, de 66%. “E nesses dois anos os outros servidores não receberam este percentual de 66%, receberam média de 15%”. Ele explicou também que quem recebe acima do piso o aumento foi de 16%.

Dioclésio Ragnini citou também preocupação com a folha de pagamento dos servidores que hoje representa 49,6% das despesas mensais, chegando muito próximo do limite legal. “Nosso problema é a questão de orçamento que tem diminuído e precisamos observar estas questões para depois não responder processo, mas estamos  analisando e verificando como fazer” disse.

Sobre a mobilização de sábado, o chefe do poder executivo disse que foi pego de surpresa e que nunca foi procurado pelo sindicato para tratar do assunto. “Sempre tive de portas abertas para o diálogo e comigo não foi falado” finalizou o prefeito.

Por Marcelo Santos

Ouça entrevista com o presidente do Sindicato dos Servidores, João Sampaio

Ouça entrevista com o prefeito Dioclésio Ragnini