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Filme produzido em Treze Tílias é selecionado para o Festival de Cannes

Mais tradicional festival do circuito global de cinema, o Festival de Cannes anunciou nesta quarta-feira, 3, a lista de filmes que vão concorrer à sonhada Palma de Ouro, prêmio máximo da Seleção Oficial.

Entre os selecionados está o longa brasileiro Casa de Antiguidades, dirigido por João Paulo Miranda. O longa foi criado durante uma das oficinas promovidas pelo festival e discute a questão racial.

No longa, Antonio Pitanga, ícone do Cinema Novo, interpreta um operário negro em uma cidade no sul do Brasil. Ele luta contra o racismo sistemático e contra a presença do conservadorismo na vida cotidiana.

Além do filme brasileiro, integram a mostra as novas produções de Spike Lee, “Da 5 Bloods”, Wes Anderson, “The French Dispatch” e Francis Lee, “Ammonite”. O festival aconteceria originalmente em maio, mas foi adiado após a pandemia de coronavírus se alastrar pela Europa.

O filme foi gravado nos municípios de Treze Tílias, Salto Veloso e também Água Doce, contando com atores coadjuvantes e figurantes locais.

 Da 5 Bloods, de Spike Lee, Soul, de Pete Docter, The French Dispatch, de Wes Anderson, Memória, de Apichatpong Weerasethakul e Ammonite, de Francis Lee, são alguns dos filmes que foram chancelados pela mostra francesa. Entre os filmes listados, há o brasileiro Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda, que teve seu roteiro desenvolvido numa residência do Festival de Cannes e tem previsão de lançamento para este ano. “O filme tem que trazer coisas que provocam, não é entretenimento”, afirmou Miranda à Folha de S.Paulo, no ano passado.
Mas essa não é a primeira vez que o diretor é premiado pelo Festival. O curta A Moça que Dançou com o Diabo, lançado em 2016, rendeu a ele o prêmio especial do júri na mostra francesa e retrata uma adolescente evangélica que se transfigura em uma língua de fogo quando enfim cede à libido. Thierry Fremaux, diretor artístico do Festival, afirmou à revista Variety que a seleção de 2020 se destaca, principalmente, pela presença maior de diretores estreantes e o aumento no número de filmes dirigidos por mulheres. As obras selecionadas não foram divididas por categorias e, por isso, não serão premeiadas pelo Festival. Algumas delas serão exibidas em festivais de cinema como os de Toronto, Veneza e Nova York, que estão previstos para o segundo semestre deste ano.   São 15 (26,7%) filmes de diretores estreantes, e 16 (28,5%) títulos dirigidos por mulheres — neste caso, dois a mais do que no ano passado, quando Cannes selecionou 14 longas com direção feminina.

Fonte: Tropical FM