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CASO MARIANE TELLES: Confira como foi o julgamento no período da manhã

01O julgamento do réu acusado de ter assassinado a adolescente Mariane Telles em março de 2015 deverá se estender até o final da tarde desta sexta-feira (62). Os trabalhos no fórum de Joaçaba tiveram início as 09h da manhã com o sorteio dos 7 jurados que foram escolhidos de um grupo de 25. Dos 7 jurados, que terão a missão de definir se o réu é culpado ou não, 5 são mulheres.

Após a definição do corpo de jurados, foram ouvidos os policiais civis Juliano e Maneco, arrolados como testemunhas de acusação. Durante cerca de uma hora os policiais, que trabalharam na investigação do caso, revelaram detalhes de como ocorreram os fatos na unidade do SENAI em Joaçaba e no interior de Jaborá onde o corpo foi desovado. Em depoimento o policial Juliano Pedrini disse que somente através das contradições do réu a polícia conseguiu elucidar o caso chegando na autoria do crime. “Descobrimos que ele usava um telefone para trocar mensagens com a vítima e ele sempre negou que tinha um celular, que inclusive estava no nome do pai dele, é um absurdo minha filha, minha vó, todos tem celular” destacou o policial. Com a quebra do sigilo telefônico, autorizado pela Justiça, foram encontradas ligações e mensagens do jardineiro para o celular de Mariane. O policial revelou também no Júri que o jardineiro tentou assediar uma outra menina, mas sem sucesso. Na sala, onde Mariane foi morta, a polícia encontrou um segundo laço pronto, que os investigadores acreditam que poderia ter sido preparado para outra vítima.

A menina, que era amiga da esposa do acusado, foi atraída para uma sala de serviços do SENAI com oIMG_4082 pretexto de comer sementes de girassol. Lá ocorreram os fatos. Para o promotor o réu só matou a vítima por medo que ela fosse contar do suposto estupro. Mesmo os laudos não apontando a conjunção carnal, em razão do adiantado estado de decomposição do corpo, encontrado 30 dias depois da morte, o promotor trabalha com a tese que ela foi estuprada e em seguida asfixiada.

Durante interrogatório o réu deu sua versão para os fatos. Vagner Fernades do Nascimento, 23 anos, respondeu todas as perguntas que foram formuladas pelo juiz e pela acusação. Ele relatou que levou a menina para a sala para comer girassol e lá houve um assédio. Segundo ele, Mariane ameaçou de contar para sua esposa. Quando ela se preparava para sair da sala ele empurrou e ela caiu batendo a cabeça num balcão. Ele negou a acusação de estupro e disse que, quando percebeu que ela estava morta, levou o corpo de carrinho de mão até um local próximo do prédio e foi para casa buscar o carro para transportá-la até Jaborá. O local da desova foi escolhido por ser uma área que ele conhecia uma vez que seus familiares moram naquela região.

Familiares da vítima e do réu acompanham o julgamento. O promotor quer pena máxima para evitar alguns privilégios de regressão de pena previstos na Lei de Execuções Penais. A expectativa é de uma condenação superior a 30 anos.

A sentença deverá ser proferida no final da tarde. A Rádio Catarinense permanece no Fórum acompanhando o desenvolvimento dos trabalhos. Agora a tarde acontecerá o pronunciamento do advogado de defesa do réu, Dr.Alvaro Xavier.

 Por Marcelo Santos