(49) 3551-2424

Caso Mariane Telles: Júri acontece nesta sexta-feira em Joaçaba

SAM_0838O Tribunal do Júri da Comarca de Joaçaba estará reunido nesta sexta-feira (26) a partir das 09h para julgar o crime que resultou na morte da adolescente Mariane Telles, 17 anos. Mariane foi morta no dia 16 de março em Joaçaba na unidade do SENAI e localizada a cerca de 36 quilômetros no interior do município de Jaborá. O corpo dela foi encontrado um mês depois do desaparecimento. O jardineiro Vagner Fernandes do Nascimento, 23 anos, que encontra-se preso no Presídio Regional, foi apontado pela Polícia Civil como autor do crime.

O Júri
O Promotor Protásio Campos Neto recebeu esta semana a Rádio Catarinense para falar sobre a tese que vai adotar buscando a condenação do réu. Será o 60º Júri na carreira do promotor que há cerca de 10 dias está estudando com mais intensidade o processo, principalmente analisando os 42 depoimentos que foram tomados pela polícia no decorrer do inquérito. Dr.Protásio mostra-se confiante numa condenação com pena que pode, segundo ele, chegar a 30 anos. Para ele o jardineiro só matou a vítima por asfixia na tentativa de ocultar o estupro que teria sido cometido ainda em Joaçaba no local onde ele trabalhava. Ele deverá responder por estupro, homicídio e ocultação de cadáver. O júri começa as 09h e deverá se estender durante todo dia, terminando por volta das 18h. Pela manhã serão ouvidos dois policiais civis, que atuaram no caso, e que servirão de testemunha e em seguida o jardineiro será interrogado pelo promotor. O advogado de defesa deverá se manifestar no período da casa. Dos 25 jurados sorteados, 7 serão escolhidos, sendo que cada parte (acusação e defesa) podem descartar 3.

Versões
O réu, ao longo do processo, apresentou cinco versões para o crime. A casa começou cair, como se diz na gíria policial, a partir da quebra do sigilo telefônico da vítima. Vagner negou em depoimento que possuía um celular. A polícia encontrou no celular da menina várias ligações e mensagens que ele havia encaminhado para ela dias antes do ocorrido. Outra contradição identificada envolveu o carro do réu. No dia do crime ele negou que teria ido trabalhar. Câmeras de vídeo-monitoramento registraram um veículo com as mesmas características seguindo rumo a Catanduvas. “Dai ele confessou, disse que já tinha relacionamento com ela e eles teriam combinado ir a Jaborá para manter relações e lá, após suposta pressão por parte dela, houve um desentendimento e ele pegou ela com muita força pelo pescoço” explicou o promotor. Os fatos relatados pelo autor não condiziam com a realidade do que estava sendo apurado. No dia da reconstituição ele contou uma nova história, negando o estupro, e o quebra-cabeças foi se fechando. Em depoimento em juízo nova versão. Vagner disse que a vítima tinha emprestado dinheiro e que estava pressionando para que ele devolvesse sob ameaça de que não o fizesse ela chamaria um traficante para fazer a cobrança. O jardineiro disse que quando ela saiu da sala a empurrou e ela acabou caindo e batendo a cabeça numa mesa. Muitas versões, muitas contradições que serão expostas no julgamento.