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SC registra média de 6 casos de febre amarela por ano e vacinação despenca

De 2018 a 2023 Santa Catarina registrou 30 casos de Febre Amarela. Os dados foram confirmados pela SES/SC (Secretaria da Saúde de Santa Catarina) nesta quinta-feira (14).

Segundo os boletins da pasta, em 2018 foram dois casos confirmados. Em 2019, também foram dois casos. Em 2020 os casos deram um salto e foram registrados 17 casos confirmados. Nos anos seguintes, 2021 oram 8 casos e 2022 um caso. Em 2023, ainda não há casos computados pela SES.

De acordo com o próprio informe da pasta, os dados servem de alerta para a adoção imediata de medidas de prevenção, especialmente a vacinação da população.

Dados mostram cobertura vacinal nos últimos anos em Santa Catarina – Foto: Divulgação/SESSC/ND

Ao contrário dos casos, que somem ano a ano, a vacinação registra queda no Estado. A cobertura vacinal, que é estipulada para ao menos 95% da população-alvo, está em 89,96% em 2023. Apesar de ainda não ter atingido a meta, Santa Catarina vive um cenário melhor que o do ano anterior, quando foi registrado apenas 71,95% de cobertura vacinal contra a doença.

O que é febre amarela?

A febre amarela é uma doença viral aguda causada por um vírus do gênero Flavivirus, que é transmitido principalmente pela picada de mosquitos infectados, especialmente o Aedes aegypti nas áreas urbanas e o Haemagogus e Sabethes em áreas silvestres. A doença recebe esse nome devido à coloração amarelada da pele que pode ocorrer em casos mais graves.

A febre amarela pode apresentar uma ampla gama de sintomas, desde formas leves até formas graves da doença. Os sintomas iniciais incluem febre, dores de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, a febre amarela pode progredir para uma fase tóxica, com sintomas mais graves, como insuficiência hepática e renal, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), hemorragias e até mesmo a morte.

A prevenção da doença é feita através da vacinação, de acordo com o Ministério da Saúde. A vacina é altamente eficaz e proporciona imunidade a longo prazo contra a doença. Além disso, é importante controlar a população de mosquitos transmissores em áreas endêmicas.

A febre amarela é uma doença que pode ser grave e potencialmente fatal, e a vacinação é a melhor forma de prevenção, especialmente para pessoas que vivem ou viajam para áreas onde a doença é endêmica.

Só a vacina previne

Antes que sanitaristas como Vital Brazil e Oswaldo Cruz liderassem mudanças no cenário da saúde pública no Brasil, no final do século 19 e início do século 20, o país tinha uma fama assustadora no exterior: “Túmulo de estrangeiros”. O motivo era a enorme quantidade de doenças infecciosas que incidiam de forma epidêmica sobre sua população, causando milhares de vítimas.

Uma das doenças mais temidas no passado era a febre amarela urbana, uma infecção transmitida por mosquitos que poderia ser letal, com uma taxa de mortalidade que, em casos graves, chegava a cerca de 50%. Naquela época, somente na então capital federal, o Rio de Janeiro, a doença estava associada a mais de mil mortes por ano no início do século 20.

Os esforços para erradicar essa doença incluíram campanhas de controle de mosquitos e, finalmente, a eliminação da febre amarela urbana em 1942. No entanto, o maior avanço para manter essa conquista foi a introdução da vacina contra a febre amarela, desenvolvida em 1937.

Atualmente, essa vacina faz parte do calendário de imunização infantil do PNI (Programa Nacional de Imunizações), que completou 50 anos em 18 de setembro. A vacinação é recomendada aos 9 meses e aos 4 anos de idade. Para crianças acima de 5 anos, é indicada apenas uma dose.

A vacina contra a febre amarela utilizada pela rede pública é produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e também pela farmacêutica Sanofi Pasteur, que fornece tanto para o PNI quanto para as clínicas privadas. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, as duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos.

Onde se vacinar?

Todos os moradores de Santa Catarina a partir dos nove meses de idade devem receber a dose da vacina, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde.

Fonte: ND+

Doença cresce em SC enquanto cobertura vacinal cai – Foto: Reprodução/Microbiologist/ND