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Mulher foi a hospital com gripe e teve um filho

Uma jovem de 26 anos deu entrada em um hospital público de São José dos Campos, no interior de São Paulo, com suspeita de pneumonia e descobriu que estava grávida. Ela conta que tomava anticoncepcional e passou por uma cirurgia. Os médicos também não perceberam a gravidez.

O bebê, que se chama Théo, nasceu na manhã desta quinta-feira (22), um dia após a mãe dar entrada no hospital. O menino chegou ao mundo saudável, pesando 3,7 kg e medindo 49 cm.

A mulher, que já é mãe de mais outras duas crianças, uma menina de 12 anos e um garoto de 6 anos, disse que não planejava ter outro filho, porque fazia uso de contraceptivos.

Ela passou os últimos meses sem sequer desconfiar da gravidez.

Ela contou que no começo do ano chegou até a passar por uma cirurgia, após ser picada por uma aranha venenosa. Na ocasião ela realizou vários exames, incluindo o de sangue e nem mesmo os médicos haviam notado a gravidez.

Após o incidente com a aranha, a cabeleireira passou a tomar bastante remédios, incluindo antibióticos, que acabaram dando um inchaço no corpo e nos últimos meses ela percebeu que engordou alguns quilos, mas nada alarmante.

Com a barriga pequena, mas sentindo dores no peito, dificuldade para respirar e um resfriado mais forte, a jovem buscou atendimento médico. Ao passar pelo raio-x e um ultrassom, os médicos alertaram sobre a gravidez. Ela contou como foi a sua reação.

“Eu fui rapidinho no hospital, pensava que ia fazer um exame e depois poderia voltar ao trabalho, mas os médicos me disseram que estava grávida de 39 semanas”.

Médicos, familiares, amigos e colegas de trabalho também se surpreenderam. Eles passaram os últimos meses convivendo com ela e nem eles notaram a gravidez.

“Eu não senti dor, não senti mexer, chutar, nada. Ia trabalhar normal. Ninguém acreditou quando contei, acharam que eu estava brincando, acharam que eu já sabia, mas eu não sabia. Minha mãe ficou sem reação, travou quando eu contei”, lembrou rindo.

Théo não tinha enxoval

O mais novo membro da família já é querido pelos irmãos e parentes. E o coração de mãe, que vivia pelos outros dois filhos, aumentou para poder acolher o Théo.

“Quando descobri foi um choque, mas depois fiquei nervosa, ansiosa, preocupada se estava tudo bem com o bebê, porque não foi feito nenhum exame. Graças a Deus ele nasceu perfeito, grande, gordinho, saudável”, agradeceu.

Sem enxoval e quartinho, ela está contando com a solidariedade dos amigos e familiares para comprar os itens básicos para o recém-nascido.

“São as loucuras da vida. Meus filhos já estão ansiosos para conhecer o irmão, a irmã inclusive que escolheu o nome dele. Meus amigos e parentes já se reuniram, compraram umas coisas, um falou que vai me dar um berço, amigos dando fralda, tudo está se ajeitando. Não deu pra fazer chá de bebê, mas estou pensando em fazer um chá de nascido para o que faltar”, contou empolgada.

Com a família ampliada, a mulher diz que o amor de mãe já triplicou para dar conta dos três pequenos. No entanto, acha que a família está de bom tamanho e vai tomar outras medidas para evitar gravidez.

“No parto já colocaram o DIU e agora vou ver para fazer laqueadura. Foi um susto, mas agora é só alegria. Nasceu uma nova mãe. A gente se renova. Eu não pensava em ser mãe novamente, mas acredito que tudo tem um propósito de Deus”, afirmou.

É comum?

O G1 ouviu um médico ginecologista e obstetra sobre o caso. De acordo com Fabiano Elisei Serra, a situação dela pode ser considerada muito incomum, até pelo fato dela já ter dois filhos antes do Théo.

“É surpreendente. Eu já vi alguns casos, mas não é comum. Acontece mais com mulheres obesas, pois o tecido adiposo pode impedir a mãe de sentir os movimentos do bebê, e com mães de primeira viagem, que nunca tiveram filho e não conhecem os sinais. Não é o caso dela, que já teve a experiência. Não é nada frequente”, afirma.

Segundo o especialista, não há uma explicação comprovada para casos como esse, mas ele acredita se tratar de uma questão psicológica.

“Ela tomava anticoncepcionais e, talvez por isso, inconscientemente acreditava que nada estava acontecendo. Ela pode ter apresentado sinais, mas não percebeu por achar que estava protegida. Achou que a menstruação, por exemplo, não descia por isso, mas era gravidez.”

“Vale lembrar que nenhum método contraceptivo é 100% efetivo. Por possíveis falhas do método ou falhas humanas, quando as mulheres esquecem de tomar, a gravidez não deve nunca ser descartada”, encerra.

Fonte: G1

Mulher dá à luz após buscar atendimento médico em hospital por suspeita de pneumonia — Foto: Arquivo Pessoal