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Santa Catarina tem 3 casos confirmados de raiva em animais

Santa Catarina já confirmou três casos de raiva em animais neste ano. Os casos foram registrados em Jaraguá do Sul, Chapecó e Orleans. A doença é contagiosa e, segundo a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), é altamente letal.

Dois dos casos registrados neste ano foram confirmados em morcegos -um em Jaraguá do Sul e outro em Chapecó. O outro animal infectado foi um gato, em Orleans.

Ao longo de 2022 foram confirmados apenas dois casos em morcegos, ocorridos nos municípios de Jaraguá do Sul e Blumenau.

A Dive informou que não registrou nenhum caso em humanos em 2023 em Santa Catarina. Conforme o órgão, o último registro no Estado ocorreu em 2019, quando uma mulher de 58 anos, moradora de Gravatal, morreu em decorrência da doença após ser mordida por um gato. Fazia 38 anos que o Estado não registrava casos em humanos.

Doença contagiosa

De acordo com a Dive, a raiva é uma doença transmissível que atinge animais mamíferos como: cães, gatos, bois, cavalos, macacos e morcegos. Além disso, também é transmitida para as pessoas.

O vírus da doença é transmitido pela saliva de animais infectados, geralmente por meio de mordidas e arranhões. Após o contato com a lesão, o vírus entra no corpo e chega ao cérebro, causando inchaço ou inflamação. Além disso, o vírus, que ataca o sistema nervoso central, pode levar à morte após pouco tempo de evolução da doença, segundo a Dive.

“Por isso, é importante não se aproximar, tocar ou mexer em animais que você não conhece, ainda mais quando estiverem se alimentando ou dormindo. As pessoas não devem tocar, nem manusear os morcegos, por exemplo, que também podem transmitir a doença”, alerta a médica veterinária da Dive, Alexandra Schlickmann Pereira.

Sintomas da raiva

Nos animais, os sintomas da doença variam entre as espécies. Por exemplo, os animais carnívoros se tornam agressivos. Já nos animais herbívoros as manifestações da doença causam paralisia.

Alguns sintomas nos animais são: mudança de hábito e comportamento; salivação abundante; falta de coordenação motora; paralisia das patas traseiras e dificuldade para engolir. Em cães, por exemplo, há mudança no som do latido, que parece um uivo rouco nos animais infectados.

Nas pessoas, segundo informações da Dive, a doença causa mal-estar geral; aumento de temperatura; anorexia; cefaleia; náuseas; dor de garganta; irritabilidade; inquietude e sensação de angústia.

Também podem ocorrer inchaço, sensibilidade e formigamento no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, além de alterações de comportamento, como destaca a Dive.

Em caso de suspeita

O órgão reforça que ao ser ‘atacada’ por um animal ou suspeitar que está com a doença, a pessoa precisa procurar atendimento o mais breve possível, pois a doença  progride de forma diferente em cada indivíduo e é letal.

Além disso, caso a pessoa sofra uma mordida de um animal ou outro incidente, deve lavar o ferimento com água e sabão. “Depois, é preciso procurar uma Unidade de Saúde o mais rápido possível. Os profissionais vão avaliar o ferimento e indicar o tratamento adequado”, explica Alexandra.

No SUS (Sistema Único de Saúde) são disponibilizados vacina e soro antirrábico para tratamento da doença.

Já o animal doméstico, causador do ferimento, deve ficar em observação por 10 dias, isolado de outros animais e com água e comida disponíveis. Caso morra ou desapareça, é preciso comunicar à Unidade de Saúde, alerta a Dive.

Cuidados

Uma das precauções para evitar o contágio é vacinar anualmente os animais domésticos. Além disso, é importante tomar alguns cuidados.

Em relação aos animais alguns cuidados são: manter o animal em observação quando ele agredir uma pessoa; vacinar anualmente os animais contra a raiva; não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.

Também é importante notificar a existência de animais errantes nas vizinhanças; informar o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores ou não e a existência de morcegos de qualquer espécie em horários e locais não habituais (voando baixo, durante o dia, caídos).

Evite

  • Tocar em animais estranhos, feridos e doentes;
  • Perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
  • Separar animais que estejam brigando;
  • Entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto);
  • Criar animais silvestres ou tirá-los de seu habitat;
  • O contato com saliva de animais doentes, através de mordeduras, arranhões ou lambeduras.

Fonte: ND+

Dois casos foram confirmados em morcegos e outro em um gato  – Imagem ilustrativa: Pixabay/Divulgação/ND