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Saiba quem terá prioridade nos leitos em SC após adoção de triagem

O governo do Estado adotou um modelo de triagem para definir quem é a prioridade na ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) nos hospitais de Santa Catarina. A decisão do uso do Protocolo de Alocação de Recursos em Esgotamento foi definida em reunião da CIB (Comissão Intergestores Bipartite) na última sexta-feira (26).

As regras são compostas por um sistema de pontuação que, segundo o documento, representa os objetivos éticos de “salvar o maior número de vidas, salvar o maior número de anos/vida e equalizar as oportunidades de se passar pelos diferentes ciclos da vida”. Assim, a faixa etária do paciente também é um fator importante para a decisão.

Além disso, outra justificativa para o protocolo de triagem é “retirar das mãos de profissionais que estão na linha de frente do cuidado a responsabilidade de tomar decisões emocionalmente exaustivas”, especialmente em relação à alocação de leitos de UTI e ao uso de ventiladores.

O protocolo foi produzido por entidades como a Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), a Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência), a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e a ANCP (Associação Nacional de Cuidados Paliativos).

Em nota divulgada nesta segunda-feira (29), a SES (Secretaria de Estado da Saúde) afirma que a CIB convidou os serviços de saúde pré-hospitalares fixos e as unidades hospitalares a adotarem o protocolo com o objetivo de “tornar transparente e impessoal os critérios de eleição de pacientes para ocupação de leitos”.

Anteriormente, a SES ressalta que já recomendava o uso de protocolos da Abramede em parceria com a Amib e, com a Covid-19, passou a adotar medidas específicas.

Conforme o texto, “todo paciente que precisa de atendimento em Santa Catarina recebe assistência e é estabilizado nas emergências hospitalares e serviços pré-hospitalares como UPA 24h e Pronto Atendimento Municipais”, reitera a secretaria.

Confira os critérios de triagem

O primeiro ponto de priorização de leitos para pacientes com Covid-19 é em relação ao desejo prévio do paciente de ser contra ou a favor da VMI (Ventilação Mecânica Invasiva) ou da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

Em caso positivo, a triagem ocorre por um sistema de pontos SOFA (Sequential Organ Failure Assessment), somado ao prognóstico (expectativa de vida) menor de um ano e a faixa etária.

O modelo adotado vai de dois a 11 pontos, no qual, quanto menor é a pontuação de um paciente, maior será a sua prioridade de alocação de recursos escassos. De acordo com o documento, as maiores pontuações representam menores probabilidades de sobrevida a curto prazo.

A faixa etária é dividida em quatro grupos: até 49 anos, de 50 a 69 anos, de 70 a 84 anos e de 85 anos ou mais. Conforme a idade avança, maior é a pontuação atingida, logo, menor a preferência na fila de leitos de UTI.

Caso o paciente não queira nenhuma medida extrema, como UTI ou ventilação mecânica, será analisado se a morte é iminente, ou seja, está prestes a acontecer. Em caso positivo, o paciente terá cuidados paliativos na enfermaria. Caso a morte não seja iminente, ele também será tratado na enfermaria, mas em tratamento proporcional.

Estão divididos em cinco os níveis de prioridade dos leitos. São eles:

  • Prioridade 1: pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico;
  • Prioridade 2: pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico;
  • Prioridade 3: pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica;
  • Prioridade 4: pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica;
  • Prioridade 5: pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação.

Segundo o documento, ainda é recomendado que os pacientes com prioridade 2 ou 4 devem ser preferencialmente alocados em unidades semi-intensivas. Já pacientes com prioridade 5, devem ser admitidos preferencialmente em unidades de cuidados paliativos.

Fonte: NDMAIS