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Advogada encontrada morta após queda de prédio no PR é filha de uma joaçabense

A advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, foi encontrada morta, na madrugada de domingo (22), após queda do 4º andar de um prédio no Centro de Guarapuava, na região central do Paraná. A Polícia Civil trata o caso como suspeita de feminicídio. O marido dela, Luis Felipe Manvailer, foi detido, após sofrer um acidente na rodovia BR-277, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava. Ele está preso preventivamente, segundo a Polícia Civil. De acordo com o relatório da PM, o caso foi atendido por volta das 3h, na Rua Senador Pinheiro Machado. Os agentes receberam a informação de que uma mulher “teria pulado ou sido jogada da sacada de um edifício, caindo na calçada”. Ao chegar ao local, os policiais encontraram muito sangue na calçada e foram informados que um homem tinha carregado a vítima no colo para dentro do prédio, ainda conforme o boletim. O relatório de investigação preliminar da Polícia Civil detalha que, na escada de entrada do prédio, foi encontrado um par de botas femininas e que no segundo elevador havia um brinco no chão. A Polícia Civil descreveu que, após avistarem a mulher chorando na sacada, os vizinhos viraram as costas para pegar o telefone e chamar a polícia, quando escutaram um barulho. Ao voltar para a janela, “viram a vítima caída na calçada”. A porta do apartamento foi arrombada e os policiais encontraram a advogada no chão, com muito sangue na região cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas ela já estava morta, diz o boletim.

Tatiane, encontrada morta, é filha da joaçabense Dolores Spitzner. A família atualmente reside em Guarapuava.

 

Depoimento do marido

No depoimento prestado na Delegacia de São Miguel do Iguaçu, Luis Felipe Manvailer relatou que levou a mulher de volta para o apartamento “em ato de desespero e não desejando deixá-la naquele estado”. Ele ainda afirmou que não tinha intenção de esconder o corpo. Segundo o suspeito, ele e a mulher Tatiane Spitzner começaram a discutir em um bar de Guarapuava, quando a mulher pediu para ver mensagens no celular dele. Os dois resolveram ir embora e, no depoimento, ele conta que a briga se agravou em casa.

“Interrogado porque os vizinhos disseram que ela gritava por socorro, respondeu: que em dado momento, após ser empurrado o interrogado imobilizou-a no sofá projetando seu corpo sobre o dela sem forçar (…) que ela gritou por socorro e foi solta”, diz o depoimento anexado ao inquérito policial. O suspeito diz que a mulher tentou correr até a porta, mas foi impedida por ele e, em seguida, ela correu para a sacada, chorando muito, e se jogou rapidamente, sem que ele pudesse alcançá-la. De acordo com o depoimento, ele pegou o elevador com a intenção de socorrê-la e foi até a calçada onde Tatiane estava caída. Ele disse que se aproximou e chamou por ela. Manvailer contou, em depoimento, que levou a mulher de volta para o apartamento “em ato de desespero e não desejando deixá-la naquele estado”. Ele ainda afirmou que não tinha intenção de esconder o corpo, conforme o documento da polícia. O professor ainda explicou porque não chamou socorro. “Porque foi tomado de violenta emoção pela quantidade de sangue e pela coloração dela, que acreditou não ter o que fazer diante de tal condição”, diz um trecho do depoimento. Ao deixar o apartamento, o suspeito informou à polícia que só pensava em ir para o local mais longe possível e negou que estava indo para o Paraguai.

Por Marcelo Santos
Fonte: G1