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Juiz que assinou prisão de Lula participa do programa Rádio Contato

Juiz Brunoni participou durante 45 minutos do programaConvidado para palestrar nesta sexta-feira (06) na Unoesc de Joaçaba, o juiz Nivaldo Brunoni titular da 23ª Vara Federal de Curitiba esteve visitando os estúdios da Rádio Catarinense FM, e participando ao vivo do programa Rádio Contato.

Na oportunidade, o magistrado que assinou a ordem de prisão solicitada pelo juiz Sérgio Moro para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falou sobre vários assuntos, inclusive a Operação Lava Jato, investigação do maior caso de corrupção no Brasil, que envolve a Petrobrás e dezenas de empresários e políticos.

Dr. Nivaldo Brunoni começou demonstrando a sua preocupação sobre dois importantes assuntos, ou seja, a corrupção e a criminalidade.

“Quem vive nas cidades grandes está vivendo como refém. As pessoas estão investindo muitos recursos financeiros para a sua segurança. Então acho que temos que tratar com urgência sobre esse assunto no Brasil, além da corrupção”, resumiu o juiz.

Indagado sobre o porquê o país perdeu para a criminalidade, Dr. Brunoni disse que não foi dado à importância merecida para as facções criminosas.

“No passado eles não eram tão organizados. Só que o Poder Público não prestou atenção nisso, e eles foram crescendo, ocupando espaço e hoje estamos nessa situação muito difícil”.

Quando a Operação Lava Jato, o juiz frisou que ela será o divisor de águas no Brasil, porque mostrou que a atual geração não aceita mais o que acontecia no passado, “sob tudo esses níveis de corrupção que nós temos vivenciado. Eu acredito que nós estamos no caminho certo, claro, isso não se muda do dia para a noite. É um longo processo, mas é preciso que nós tenhamos confiança nas instituições. Há anos atrás, nós não imaginávamos que pessoas envolvidas nesta operação seriam presas, como está acontecendo”.

O magistrado também criticou os inúmeros recursos que são apresentados para determinados casos na justiça, atrapalhando as investigações e inclusive fazendo com que alguns casos venham a prescrever.

Em se tratando do caso específico do ex-presidente Lula, do qual o juiz Nivaldo autorizou a prisão, e não levou em consideração os embargos apresentados pela defesa, ele salientou que “a documentação apresentada não tinha previsão legal, por isso determinamos a execução imediatamente da decisão”.

Nivaldo Brunoni em sua participação defendeu que metade das nomeações no Supremo Tribunal Federal (STF), sejam de juízes indicados pelo judiciário e não nomeados pelo presidente da república ou por pessoas políticas.

Indagado se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria inelegível depois do registro destes fatos, o juiz Nivaldo disse que a princípio sim, se for levado em consideração a Lei da Ficha Suja.

“Ele poderá registrar a sua candidatura, mas alguém poderá pedir a impugnação sendo que a decisão caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deverá decidir até a realização das eleições”.

O juiz elogiou o trabalho que está sendo realizado por todos na Operação Lava Jato, afirmando que está sendo provado de que uma mudança pode existir no Brasil e que pessoas consideradas poderosas podem ir para a cadeira, “mas infelizmente acabar com a corrupção em nosso país é muito difícil, pois isso vem da natureza humana, mas eu acredito que no futuro nós chegaremos a patamares um pouco melhor do que vem se apresentando hoje”.

Dr. Nivaldo Brunoni se mostrou adepto há alterações no Código Penal Brasileiro. “Existe um movimento muito forte da magistratura e do Ministério Público (MP) para que haja uma mudança radical em vários itens do Código Penal”.

Finalizando, ele afirmou que ninguém está acima da lei e da justiça, e que o ex-presidente Lula terá que cumprir a pena na Polícia Federal em Curitiba.

Por Julnei Bruno