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Veja como foi a Romaria de Frei Bruno em Joaçaba

O domingo foi de reverência a um dos personagens religiosos mais importantes da Igreja Católica do Meio-Oeste Catarinense. Milhares de pessoas acordaram pela madrugada e viajaram centenas de quilômetros para participar da 28ª Romaria Penitencial a Frei Bruno em Joaçaba. Pelo caminho, a cada quilômetro avançado rumo à Joaçaba,  sentimentos dos mais diversos oscilando entre pedidos e agradecimentos por graças alcançadas tendo por intervenção o Frei que está a um passo de se tornar Santo. Os devotos se concentram em frente a Catedral Santa Teresinha. Antes mesmo de amanhecer o dia muitos já estavam esperando o início dos atos religiosos. Antes da Romaria, celebrações e o ato que marcou o encerramento do processo de beatificação na fase diocesana, iniciado em 2013, por autorização do Cardeal Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. No mesmo ano, no dia 30 de outubro, foi instalado o Tribunal Eclesiástico da Diocese.

08A documentação, com cerca de 5 mil páginas, agora,  será encaminhada para a Secretaria da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, e depois se aguardará a avaliação positiva da Secretaria. Depois desta fase, o Tribunal deverá começar a segunda próxima etapa, que se trata de recolher aqueles pretensos milagres realizados por intercessão de Frei Bruno. Essa etapa deverá começar em meados deste ano.

COMO FOI A ETAPA DIOCESANA

O primeiro passo para um pedido de beatificação é o clamor popular diante da fama de santidade. No caso de Frei Bruno, isso pôde ser visto intensamente  há 28 anos na Caminhada Penitencial Frei Bruno. A partir dessa constatação,  a Província Franciscana da Imaculada Conceição, através do seu Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel,  fez o pedido para abertura da causa, através do documento oficial “Libellum Supplicem” ao bispo diocesano D. Mário Marquez. De acordo com as regras da Santa Sé para a fase diocesana dos processos de canonização, é o bispo da diocese onde faleceu o candidato à santidade que abre o processo. Frei Bruno morreu em Joaçaba no dia 25 de fevereiro de 1960, aos 83 anos de idade.

Com a acolhida do pedido feito pela Província, o bispo fez em seguida uma consulta aos bispos do Regional de Santa Catarina. Tendo o sinal verde dos bispos, ele encaminhou o pedido de abertura do processo ao responsável da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, para pedir o “nihil obstat”, um decreto para mostrar que não existe um obstáculo que deponha contra a causa. Esse documento da Congregação foi enviado a D. Mário no dia 7 de maio de 2013.

Com essas duas garantias, dos bispos do Regional e de Roma, o processo pôde caminhar e D. Mário nomeou e instalou o Tribunal Eclesiástico no dia 30 de outubro de 2013.  Desde então, o Tribunal trabalhou na elaboração do processo, do qual constam os documentos oficiais necessários para a sua abertura; 33 depoimentos de pessoas que conheceram e conviveram com Frei Bruno; uma biografia completa, acompanhada de documentos históricos; os escritos de Frei Bruno, acompanhados de uma avaliação teológica. No total, serão anexadas 5.000 folhas aos autos do processo.

Terminadas as investigações, os autos serão enviados em duas cópias à Congregação para as Causas dos Santos e os originais ficarão em poder do bispo D. Mário.

PRÓXIMA ETAPA – FASE ROMANA

A Congregação para as Causas dos Santos, presidida pelo Cardeal Prefeito Angelo Amato, vai receber o processo da Causa de Frei Bruno. Um relator desta Congregação dará parecer positivo ou negativo sobre a causa. Esse parecer é submetido a votações de uma comissão teológica e, depois, dos bispos e cardeais membros da Congregação. Se eles decidirem pela continuidade da causa, enviam ao Papa o pedido para um decreto de reconhecimento das virtudes heroicas. Se o Papa aceita a solicitação, o candidato passa a ser chamado “venerável”.

Para ser beato, ou bem-aventurado, que significa representar um modelo de vida para a comunidade, será necessário o reconhecimento de um milagre realizado por intercessão do Servo de Deus. No caso de Frei Bruno já existem relatos de graças e eventuais curas que serão analisadas pelo Tribunal a partir da metade deste ano. Deve-se, portanto, incentivar o povo cristão a pedir um milagre pela intercessão de Frei Bruno.

Depois, ainda é preciso passar por mais uma fase: a canonização. Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de outro milagre, que deve ocorrer após seu reconhecimento  como beato.