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Morador de Irani preso injustamente participa do programa Rádio Contato

Participação no programa foi nesta sexta-feira (1º)

No programa Rádio Contato da Catarinense AM/FM que vai ao ar a partir das 18h, o morador da cidade de Irani que ficou preso injustamente por quase 6 anos, participou nesta sexta-feira (1º) e novamente relatou a sua história, que virou um documentário exibido em toda a América Latina.

Junto com o seu advogado Éber Bundchen, Jair Dalberti de 40 anos e que foi condenado a 15 anos de prisão, ficou preso durante um longo período no presídio regional de Joaçaba, onde a sua história e sua inocência acabou sendo confirmada, terminando com uma indenização solicitada por ele junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) de R$ 1,5 milhão para com a União, que recorreu da sentença.

O caso

Jair foi acusado em 1998 de roubo seguido de morte, por ter dado carona a alguns elementos. Nesta data os homens que pararam no Trevão do Irani, assaltaram um ônibus, agredindo os passageiros e assassinando um policial rodoviário. Jair Dalberti foi reconhecido pelo carro e preso no dia seguinte em seu local de trabalho.

Hoje com 40 anos, Jair disse que a partir do momento em que tudo começou a sua vida virou do avesso, “porque você não está preparado para esse tipo de acontecimento. Então a gente fica sem reação. É muito brusca a mudança”, disse ele.

A cadeia

Durante todos estes anos, Jair ficou preso em Joaçaba e salientou que teve que se adaptar com o ambiente mesmo estando perdido no início da pena. “Se eu me revoltasse seria pior, então tive que encarrar a realidade e esperar que um dia a verdade viesse a tona, o que acabou acontecendo. Um pouco tarde mais veio”.

Rebelião

Quando de sua estada no presídio regional de Joaçaba aconteceu uma rebelião e Jair Dalberti não fugiu na oportunidade. Isso aconteceu, segundo ele, para não prejudicar a sua permanência aumentando assim a sua pena. “Se assim já estava ruim, imagina eu fugindo. Não tinha lógica, por isso preferi ficar preso”.

Ameaça

O morador de Irani salientou que não recebeu ameaça de morte no presídio, mas confirmou que a pressão psicológica é grande. “Você faz o seu dia a dia na cadeia. Você tem que saber como agir. Não comprar briga com ninguém e ficar na sua”.

Reencontro com os bandidos

Depois de deixar o presídio, Jair confirmou que encontrou com alguns dos elementos que deu carona no dia do crime do policial rodoviário. “Fiquei sabendo que a intenção deles, era me matar para poder ficar com o meu carro, porque eles achavam que seria mais fácil abordar o ônibus. Acho que escapei, porque nem todos concordaram com essa possibilidade”.

Suicídio

Nunca pensei nisso, porque sempre fui mais forte que essa possibilidade. Procurei batalhar dentro do presídio para não desanimar”.

Vida na cadeia

Lá dentro tem de tudo. Tem vários tipos de pessoas e cada caso é um caso. Você tem que aprender a viver neste local”.

Trabalho no presídio

Foi a minha salvação e o que me ajudou muito. Só o fato de eu trabalhar me aliviou uns 70%, porque você já se sente útil, produzindo”.

Curso Técnico

Para não ficar ocioso na cadeia fiz um curso prático de eletrônica e hoje tenho a minha oficina montada, graças ao início do curso na cadeia”.

Relacionamento

Após minha saída do presídio conversei com a minha companheira que tinha naquela oportunidade do crime e acabamos reatando. Hoje estamos juntos e temos um filho de 3 anos e meio. Creio que quando o amor é verdadeiro o tempo não separa”.

Jair Dalberti está em liberdade desde o ano de 2004.

Por Julnei Bruno