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Aglomerações no Carnaval podem impactar volta às aulas

Depois das aglomerações registradas nos últimos feriados e no fim de ano, a aproximação do Carnaval gera preocupação.

Em entrevista nesta quinta-feira (14), o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, disse que o descumprimento de regras sanitárias no Carnaval pode impactar diretamente o retorno das aulas em Santa Catarina.

A volta às aulas na rede estadual está marcada para o dia 18 de fevereiro.

Nesta quinta, o governo estadual definiu o calendário que fixa os feriados e pontos facultativos de 2021, válido para os órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Poder Executivo estadual.

O “feriadão” de Carnaval será entre os dias 15 e 17 de fevereiro. Os pontos facultativos nesses dias foram mantidos no decreto do governador Carlos Moisés.

Carnaval será momento crítico

De acordo com o secretário, não está em discussão no Estado, a aplicação de medidas específicas para o Carnaval. Contudo, ele considerou o momento crítico.

Para Ribeiro, as pessoas devem entender que o desrespeito às regras sanitárias e as aglomerações geradas nesse período podem ser problemáticas para a retomada das aulas.

O Carnaval na forma convencional foi suspenso na maioria das cidades catarinenses. Porém, o Estado não descarta outras manifestações e festas clandestinas.

A Vigilância Sanitária de Florianópolis, por exemplo, já disse que vai reforçar a fiscalização nas ruas para evitar aglomerações durante o Carnaval.

“Se a sociedade quer que as crianças estejam nas escolas, e nós queremos, tem que entender que temos que nos comportar no Carnaval. Quer festejar? Faça em pequeno grupo. Coloque a fantasia, mas use máscara. Carnaval tem todo o ano, depois de vacinado o impacto vai ser menor”, disse Ribeiro.

Conforme o secretário, retirar o ponto facultativo dos dias de Carnaval não traria benefícios se as pessoas não estiverem atentas à curva ascendente do contágio da Covid-19 em Santa Catarina. Segundo ele, a perspectiva de um terceiro pico da doença no Estado é alta.

“As pessoas têm que entender que seus filhos e sobrinhos não poderão ir para a aula, se elas não tiverem uma atitude madura neste momento”, disse o chefe da Saúde.

Aglomerações na virada de ano

O secretário de Estado da Saúde foi taxativo ao afirmar que a situação gravíssima apresentada no mapa de risco estadual tem relação direta com as aglomerações registradas durante a virada de ano.

Conforme Ribeiro, o desrespeito às normas sanitárias vistas no Natal, Réveillon, feriados anteriores e, inclusive, nas campanhas políticas, refletiu no aumento da velocidade de transmissão do vírus.

O alerta para o cuidado com as festas de fim de ano já havia sido dado em dezembro, segundo o secretário. E a previsão dele não é nada otimista: “a tendência que está se confirmando é que a segunda quinzena de janeiro seja ainda mais complicada”, projeta.

O secretário destaca a importância de continuar seguindo as regras básicas sanitárias, como o uso da máscara, o distanciamento social, a limpeza e lavagem das mãos, manter os ambientes arejados e evitar aglomerações desnecessárias.

Saúde descarta novas restrições

“Não há de se falar em restrição, mas sim em regra. As pessoas têm que cumprir essas regras. Devem ter consciência coletiva”, cravou André Motta.

O secretário falou da dificuldade de enfrentar 10 meses de uma pandemia, que se imaginava que ia durar de quatro a seis meses.

Segundo ele, ao longo desse tempo foi necessário olhar para a saúde, mas também para a economia. Ribeiro destaca o impacto financeiro causado pela pandemia.

“Quando economicamente temos uma situação grave, isso também se traduz em saúde pública. Além disso, se restrição resolvesse, não teríamos uma segunda onda na Europa, mesmo com lockdown”, disse.

André Motta acredita ainda que as pessoas não estejam se contaminando no trabalho ou nos hotéis, “que ficam duas pessoas por quarto”.

“Estão se contaminando na clandestinidade, na aglomeração na beira da praia, sem nenhum tipo de controle. Quando vão para a rua de madrugada, todos abraçados como se nada tivesse acontecendo. Adianta lockdown ou botar o exército na rua?”, concluiu o secretário.

Fonte: ND+

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