MP quer aumento de pena para condenada por matar marido e esconder corpo no freezer
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recorreu da sentença que condenou Claudia Tavares a 20 anos e 24 dias de prisão por matar o marido, Valdemir Hoeckler, e esconder o corpo no freezer em Lacerdópolis, no Meio-Oeste catarinense. Ela foi condenada no dia 29 de agosto deste ano, após júri popular, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
O recurso foi interposto pelo promotor Rafael Baltazar Gomes dos Santos, que atuou no julgamento e considerou a pena branda. Ele pede a revisão da decisão do júri realizado em Capinzal, argumentando que a sentença não considerou de forma adequada a culpabilidade, a personalidade da ré e as circunstâncias e consequências do crime.
Baltazar também apontou que o crime causou forte impacto social e ganhou repercussão nacional, o que agravou o sofrimento dos familiares.“A ampla cobertura midiática obrigou os parentes a reviver repetidamente a tragédia e gerou abalo à ordem pública e ao sentimento de segurança da comunidade local”, acrescentou.
Outro ponto questionado pelo Ministério Público é o reconhecimento da atenuante de confissão espontânea, já que a mulher só admitiu o crime após o corpo ser encontrado por amigos dentro do freezer. Ela chegou a alegar que sofria violência doméstica, mas a versão foi descartada durante o julgamento.
O recurso aguarda análise do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). Segundo o MPSC, o objetivo é que a pena seja aumentada, levando em conta todos os elementos que demonstram a gravidade do caso.
Relembre
O crime ocorreu em novembro de 2022 e chocou a pequena cidade de Lacerdópolis, de pouco mais de 2.200 habitantes, que não registrava um homicídio havia três décadas. O corpo da vítima foi encontrado dentro do freezer da própria casa, embaixo de alimentos e bebidas, com mãos e pés amarrados.
Na época, a mulher gravou um vídeo confessando o assassinato, alegando ter agido em legítima defesa após sofrer agressões. No entanto, as investigações apontaram que ela planejou o crime, dopando o marido com medicamentos de uso contínuo, amarrando-o e asfixiando-o com uma sacola plástica.
Claudia foi denunciada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A condenação em agosto de 2025 ocorreu após dois dias de julgamento.
Fonte: OESTE MAIS



