Autoridades investigam origem de lixo hospitalar com morfina descartado em via pública de Joaçaba
Um episódio alarmante e de extrema gravidade sanitária chocou os moradores de Joaçaba nesta semana. Um vídeo divulgado pela Rádio Catarinense revelou o descarte irregular de lixo hospitalar contaminado em um contêiner de uso comum localizado na rua Luís Delfino, região central do município. As imagens, amplamente compartilhadas nas redes sociais, mostram materiais médicos e medicamentos de uso restrito jogados entre resíduos domésticos, em flagrante violação às normas de biossegurança.
A Secretaria Municipal de Saúde, ao tomar conhecimento do caso por meio da reportagem, acionou imediatamente a Vigilância Sanitária, que se deslocou até o local para averiguar a denúncia. No contêiner azul, destinado ao lixo comum, os fiscais constataram a presença de materiais contaminados, incluindo medicações de aplicação intravenosa e fármacos controlados, cuja comercialização é proibida em farmácias convencionais.
Entre os itens apreendidos, chamou atenção uma caixa de morfina, potente analgésico utilizado apenas em ambiente hospitalar para o tratamento de dores intensas, geralmente em pacientes em estado terminal. O produto, segundo as autoridades, será rastreado por meio do número de lote e da nota fiscal, a fim de identificar sua origem e destino.
“Essa é uma medicação de uso extremamente restrito, administrada via intravenosa e jamais disponível ao público. Vamos realizar o rastreamento para chegar até o responsável. É inconcebível que um material desse tipo vá parar no lixo comum”, afirmou Carla Simas, diretora de Saúde de Joaçaba.
O material foi recolhido com apoio da Polícia Ambiental, e um boletim de ocorrência foi registrado. A Polícia Civil já acompanha o caso e deverá instaurar inquérito para apurar responsabilidades. O descarte de resíduos hospitalares em local inadequado é crime ambiental e sanitário, passível de multa e detenção.
Segundo a Secretaria de Saúde, o município mantém contrato com uma empresa especializada na coleta e destinação de resíduos hospitalares, que realiza o recolhimento periódico em recipientes apropriados. As autoridades ressaltam que todos os estabelecimentos de saúde de Joaçaba estão cientes das normas e obrigados a cumprir rigorosamente os protocolos de descarte.
“Não queremos acreditar que um estabelecimento de saúde possa ter sido tão irresponsável a ponto de jogar lixo contaminado no lixo comum. Isso é um absurdo que coloca em risco a saúde pública”, lamentou Carla Simas, visivelmente consternada.
As investigações prosseguem para identificar o ponto de origem do material e punir os envolvidos. Enquanto isso, o episódio serve de alerta sobre a necessidade de vigilância constante e responsabilidade ética no manejo de resíduos hospitalares — um dever que transcende o campo técnico e alcança o compromisso coletivo com a saúde e a segurança da população.
Por Marcelo Santos






