Ave Maria… e ave alvejada: frei vira notícia por caçar tucanos
No Oeste catarinense, um episódio curioso pousou no noticiário como um pássaro fora do ninho. O frei Genildo Provin, de 66 anos, responsável pela Paróquia São João Batista em Faxinal dos Guedes, foi flagrado com uma espingarda de pressão e acusado de atirar contra aves silvestres. A cena, inusitada, fez ecoar a imagem de um pastor que, em vez de proteger o rebanho, acabou sendo comparado ao caçador.
A Arquidiocese de Chapecó, porém, tratou de ajustar as asas da narrativa. Em nota, afirmou que não houve prisão, apenas um depoimento formal, seguido da liberação do religioso. Segundo a instituição, a notícia teria ganhado contornos distorcidos, como quem olha uma sombra e a confunde com fera. O caso, agora, foi entregue ao setor jurídico da Arquidiocese, numa tentativa de recolocar cada peça em sua gaiola.
De acordo com a Polícia Militar, a abordagem aconteceu após denúncia de disparos contra tucanos nas proximidades da praça central. Durante rondas, o veículo do frei foi localizado e, dentro dele, uma carabina de pressão calibre 5,5 mm acompanhada de munições. Questionado, o religioso admitiu os disparos — confissão que soou como um sermão às avessas: o homem que costuma pregar o cuidado com a criação teria, por um instante, trocado o púlpito pela arapuca.
Enquanto a paróquia e a Polícia Civil mantêm o caso em silêncio, a população se divide entre a perplexidade e a curiosidade.
Por Marcelo Santos




