15 dias de torneira seca e banho improvisado: moradores de Serra Alta/Herval d’Oeste vivem “maratona olímpica” por água
Imagine abrir a torneira e ouvir apenas o som do silêncio. Nem um pingo. Agora, estenda isso por 15 dias. Água para beber? Só se for buscada em balde na casa de alguém. Para cozinhar? Com economia de chefe de guerra. Banho? Na banheira das crianças, se der sorte. Parece cena de novela das seis, mas é a realidade dos moradores da comunidade de Serra Alta em Herval d’Oeste, que enfrentam uma verdadeira peregrinação diária por algo básico: água.
O problema? O único poço artesiano da comunidade, perfurado e administrado por uma associação privada, simplesmente não dá mais conta da demanda. E como a rede do SIMAE (Sistema Intermunicipal de Água e Esgoto) não chega até lá, resta aos moradores improvisar. E muito.
O que diz a prefeitura
Nesta sexta-feira (8), em entrevista à Rádio Catarinense, o prefeito Ronaldo da Rosa garantiu que a solução está vindo aí — ou melhor, descendo por um novo poço. Segundo ele, a prefeitura vai perfurar um novo poço artesiano na comunidade, já que o atual, além de ineficiente, não pode receber intervenção pública. “A prefeitura não tem autonomia, porque é um poço privado”, explicou. A licitação para o novo sistema foi aberta ainda em julho e, agora, está em processo de homologação.
“A prefeitura está preocupada, recebendo ofício do Ministério Público, mas agora vamos resolver”, disse o prefeito, transmitindo a esperança de que, depois de tanto tempo seco, o cano finalmente vai molhar. Questionado sobre quando, exatamente, a água vai voltar a sair das torneiras, ele respondeu com a frase que tem hidratado as expectativas da população: “Muito em breve.”
Enquanto isso, os moradores seguem abastecendo o dia com criatividade: café com água da vizinha, banho de balde, e uma rotina que parece mais teste de resistência do que vida normal. Porque, afinal, em pleno 2025, viver 15 dias sem água encanada é quase uma modalidade olímpica.
Por Marcelo Santos



