Unimed Meio Oeste Propõe Reajuste de 179,36% no Plano de Saúde da CDL de Joaçaba
A Unimed Meio Oeste Catarinense formalizou uma proposta de reajuste de 179,36% no plano de saúde coletivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joaçaba, com vigência a partir de junho de 2025. O aumento expressivo é justificado pela operadora devido à alta sinistralidade do contrato, que atingiu 189,65% no período entre março de 2024 e fevereiro de 2025, muito acima da meta ideal de 70% prevista contratualmente.
Segundo documento oficial enviado à CDL de Joaçaba em 28 de maio, a operadora destaca que “o comportamento econômico dos contratos tem se mantido muito acima do esperado, com sinistralidade em tendência de alta”. A Unimed aponta que nos últimos meses houve utilizações elevadas que impactaram significativamente o contrato atual, mencionando a existência de grandes utilizadores entre os beneficiários, embora não possa divulgar nomes devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A operadora justifica o reajuste baseando-se em três fatores principais. Primeiro, o aumento histórico dos custos médicos e assistenciais em Santa Catarina, que varia entre 12% a 14%, impactando toda a cadeia produtiva incluindo hospitais, laboratórios e profissionais da saúde. Segundo, três recentes movimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que pressionaram os custos: a ampliação obrigatória da cobertura para tratamento de autismo e outros transtornos, o fim dos limites de cobertura para fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia, e a Lei 14.454, que tornou o Rol de Procedimentos da ANS exemplificativo, podendo obrigar operadoras a cobrir tratamentos não listados. Terceiro, a alta concentração de utilização por parte de alguns beneficiários tem agravado o cenário financeiro do contrato.
O reajuste proposto de 179,36% representa um aumento significativo que deve impactar diretamente o orçamento dos beneficiários do plano coletivo. A medida pode tornar o plano financeiramente inviável para centenas de usuários. Especialistas do setor apontam que reajustes dessa magnitude podem gerar um ciclo vicioso, onde a saída dos beneficiários mais saudáveis concentra ainda mais a sinistralidade, podendo levar a novos aumentos no futuro.
A reportagem entrou em contato com a Unimed Meio Oeste Catarinense, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a CDL de Joaçaba para obter posicionamentos oficiais sobre a proposta de reajuste e possíveis medidas para minimizar o impacto nos beneficiários. Até o momento da publicação desta matéria, aguardamos retorno das instituições consultadas. A CDL de Joaçaba ainda não se pronunciou sobre como pretende proceder diante da proposta da operadora e quais alternativas estão sendo estudadas para manter a viabilidade do plano coletivo para seus associados.
Matéria em atualização
Por Marcelo Santos



