Devastadora enchente de 83 completa quatro décadas
As primeiras horas de uma quinta-feira no dia 7 de julho de 1983 foram de desespero para os habitantes do Vale do Rio do Peixe. Depois de dias de muita chuva o rio que fez nascer cidades ao seu redor se fez ouvir ruidoso e implacável, devastando riquezas e sonhos e jogando os ribeirinhos em uma dura realidade, a de que contra a fúria da natureza somos incapazes.
De Caçador até Capinzal todas as cidades que se ergueram ao lado das águas tranquilas do rio viram patrimônios serem devastados, numa catástrofe da natureza que até hoje, ainda, sem precedentes.
O dia anterior ao da tragédia foi de alerta para os moradores do Vale do Rio do Peixe. A chuva forte e constante não dava tréguas e o rio já se transformava em um monstro assustador, pronto para levar embora anos de trabalho e sonhos.
Com a enchente se aproximando a situação era de extrema tensão. O pior viria no dia 7 de julho, quando definitivamente as águas saíram do leito e formaram um quadro que até hoje não sai da memória de quem presenciou aquela que foi considerada uma das maiores e mais devastadoras enchentes de todos os tempos na região.
O rio subiu até o início do dia 8. Por volta de meia-noite e meia ele começou a baixar, mas em alguns pontos o nível chegou a quatro metros acima da pavimentação das ruas. Ao clarear o dia 8 de julho já não chovia mais.
A enchente de 1983 atingiu 135 cidades de Santa Catarina, deixando 198 mil desabrigados, pelo menos 48 mortos, até hoje não há um número oficial, e 32 dias de isolamento total. Em oito de julho Santa Catarina decretou estado de calamidade pública.
A Força Aérea Brasileira (FAB), que atuou durante todo o resgate, sobrevoou por 1.320 horas transportando 3.889 pessoas. A enchente deixou gravada na memória de muitas pessoas os momentos de angústia e aflição pelo evento climático.
Fonte e fotos: Michel Teixeira






