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Paciente vence morte súbita e passa por cirurgia rara em hospital de Florianópolis

Israel estava na escola quando passou pelo evento de morte súbita abortada por arritmia extremamente grave. O professor de Educação Física, ao ver que o menino desmaiado e sem pulsação, iniciou massagem cardíaca. “Era a pessoa certa no lugar certo. Depois, um segurança chegou e fez respiração boca a boca. Israel acordou bem, sem sequelas, o que foi muito raro”, conta a médica chefe da Cardiologia do HIJG, Marcia Mallmann Cappellari. O nome morte súbita abortada vem do fato de alguém ter conseguido fazer a ressuscitação a tempo.

Antes da ocorrência, segundo a mãe, Débora Martins Lourenço, o menino nunca tinha apresentado nenhum tipo de problema cardíaco e era saudável. “No hospital, ficamos sabendo do diagnóstico, que era Síndrome do QT Longo. Ficamos 42 dias aqui, passando por exames, e agora tivemos mais uma vitória, que foi a cirurgia. Deu tudo certo e logo ele estará em casa, vivendo uma vida normal de criança, como ele sempre teve. Sou grata porque Deus dá a sabedoria para os médicos mostrarem a solução. Deus deu ao meu filho uma nova chance, ele superou a morte”, enfatiza a mãe.

Foi a primeira vez, em 30 anos de registros médicos em prontuários do HIJG, que a doença rara de Israel foi diagnosticada em um paciente.

A Síndrome do QT Longo, explica a cardiologista, é um problema complexo dentro do coração, diagnosticado com exame de eletrocardiograma. “O nome da síndrome vem do fato de que podemos ver o intervalo QT do eletrocardiograma alargado. Quanto mais alargado, pior as consequências. Nos preocupamos tanto com a Síndrome do QT Longo em crianças porque é uma síndrome muito relacionada à morte súbita. Existem outros tipos de manifestações da doença, como palpitações, convulsões e a síncope, que é o desmaio”, descreve.

O aparelho

Gustavo Galli Reis, cardiologista, supervisor da técnica na região Sul do país, veio ao HIJG especialmente para a cirurgia. “O aparelho implantado serve para reverter algumas arritmias graves que levam à parada cardíaca. É uma tecnologia nova com a qual não precisamos colocar nenhum tipo de dispositivo dentro do coração e nem dentro das veias. Tudo é implantado por fora na caixa torácica e o paciente fica protegido do mesmo jeito. Se o paciente tiver uma arritmia grave, o aparelho é capaz de reverter a parada cardíaca”, esclarece o médico.

O CDI é composto por gerador de pulsos e eletrodos que monitoram o coração por 24 horas, emitindo impulso elétrico em caso de parada cardíaca. Por tratar-se de uma paciente muito jovem, o uso do material fornecido pelo SUS acarretaria várias substituições no decorrer da vida, o que não acontecerá com o aparelho adquirido pelo Estado e implantado em Israel. “Ele vai precisar fazer acompanhamento a cada seis meses e trocar o aparelho depois de seis anos”, informa Márcia.

Conforme o diretor do HIJG, Dr. Levy Rau, o hospital se empenhou para que a aquisição do desfibrilador implantável subcutâneo acontecesse o mais rápido possível. “A equipe de Cardiologia fez um minucioso parecer técnico sobre a necessidade desse aparelho com nova tecnologia, que dará mais qualidade de vida ao Israel. Intervimos junto ao governador e a secretária que, de pronto, aceitaram o pedido e determinaram a compra, com trâmite rápido pela SES. Nossos agradecimentos a todos que contribuíram para que a cirurgia fosse um sucesso”, agradece.

Fonte e foto: Secom

Foto Divulgação