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SC anuncia repasse de R$ 10 mi e comitê para combate a casos de dengue

O governo de Santa Catarina anunciou nesta segunda-feira (20), em coletiva de imprensa junto às prefeituras da Grande Florianópolis, uma série de ações para combater a dengue no Estado. Com 3044 casos confirmados até então, o cenário é de “grande gravidade” no Estado, especialmente as infecções que acometem crianças e adolescentes.

Dentre as medidas, o governador Jorginho Mello (PL) e a secretária estadual de Saúde Carmen Zanotto assinaram decreto que cria um comitê para coordenar as ações de enfrentamento entre municípios. Mello também anunciou repasse de R$ 10 milhões às prefeituras, montante que deve ser destinado para ampliar os atendimentos nas unidades de saúde.

O recém-fundado COE-Arboviroses(Centro de Operações de Emergências de Arboviroses) tem o intuito de “organizar as respostas” das prefeituras, destacou Fábio Gaudenzi de Faria, médico infectologista da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica). Órgãos como a Defesa Civil Estadual, as policias Militar e Civil, o Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina) e gestores regionais de Saúde estão entre os integrantes. Uma estrutura semelhante foi instituída durante a pandemia de Covid-19.

“Neste ano os casos estão mais graves”, destacou Gaudenzi. “Crianças e adolescentes tem [infecções com] o dobro de gravidade”. Santa Catarina já confirmou uma morte provocada pela dengue em 2023. Há outras seis em investigação. Ano passado, 90 pessoas morreram por conta do vírus.

Apesar da redução no número de focos identificados no Estado comparado ao ano anterior, o número de municípios que enfrentam infestação de Aedes aegypti cresceu 25%. São 145 cidades catarinenses nesta categoria em 2023.

Pressão na rede hospitalar

Conforme o governo federal os casos de dengue estão pressionando na rede hospitalar, quando na verdade deveriam ser atendidos nas unidades básicas de saúde. Os R$ 10 milhões anunciados devem ser utilizados para ampliar o horário de atendimento nos postos de saúde.

“Estender o horário em algumas unidades básicas de saúde, em especial nestes quatro municípios da Grande Florianópolis [Palhoça, São José, Biguaçu e Florianópolis], e reforçar o número de profissionais médicos em UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) vão reduzir a sobrecarga na rede hospitalar de casos que não precisam de atendimento em undiades de alta complexidade”, ressaltou Zanotto.

Além do reforço nas ações de tratamento, o governo do Estado também destacou aporte nas ações de prevenção. Conforme Zanotto, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) está em tratativa com o governo federal para ampliar o efetivo de profissionais dos agentes de endemia – que agem para prevenir os riscos, visitando casas e orientando famílias.

“Santa Catarina, recebe do Ministério da Saúde baseado nos últimos estudos de 2014 em cima do mapa epidemiológico daquele momento,

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para 661 agentes. No cadastro nacional de estabelecimento de Saúde Santa Catarina tem 1258 agentes de endemia. Mais da metade do total é financiado pelas prefeituras municipais”, afirma a Zanotto.

Conforme a secretária, o Estado teria direito a 3403 agentes de endemia, integralmente pagos com verba do Ministério da Saúde. A pasta pleiteia que o governo federal revise a situação. “Vamos buscar, junto aos municípios e o Cosems, o que é direito do Estado”, destacou.

Acompanhado de um vídeo que explicar ações individuais para evitar a proliferação do vírus, o governo de Santa Catarina também anunciou uma campanha de conscientização com o lema “Onde o mosquito não se cria, a dengue não se espalha”.

Fonte: ND+

Equipes da Saúde, Defesa Civil e de outras pastas do governo anunciaram medidas de enfrentamento na sede da GRANFPOLIS (Associação dos Municípios da Grande Florianópolis) – Foto: Felipe Bottamedi/ND