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SC confirma mais mortes por dengue e epidemia se agrava no Oeste

Santa Catarina registrou mais duas mortes causadas por complicações da dengue nesta semana. São 16 municípios em situação epidemia, além de 24 cidades infestadas pelo mosquito Aedes Aegypti até o final de março de 2022. Os óbitos foram registados em Xanxerê e Abelardo Luz, no Oeste Catarinense.

Em Xanxerê,  vítima é um homem de 51 anos que morreu na tarde deste domingo (3) por complicações da doença.  Segundo a Vigilância Epidemiológica, os sintomas apareceram em 8 de março, quando o paciente procurou atendimento em um hospital privado. Já no dia 17 ele foi internado no Hospital Regional São Paulo e o diagnóstico de dengue saiu no dia seguinte.

Em razão do agravamento da doença, o cidadão precisou ser transferido para o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, na última sexta-feira (1º). A morte foi confirmada na tarde deste domingo (3). A identidade da vítima não foi informada.

Segundo a pasta, o homem tinha outros problemas de saúde, como diabetes e hipertensão, e tomava remédios controlados. Ele morava em Xanxerê há cerca de um mês.

Esta é a primeira morte causada pela dengue neste ano em Xanxerê. A cidade contabiliza 677 casos positivos e 141 pacientes aguardam resultado de exame, de acordo com o boletim epidemiológico desta segunda-feira (4). Em apenas 30 dias, os casos aumentaram mais de 8.000% no município. A maior incidência ocorreu no mês de março.

O Município deve intensificar as fiscalizações para eliminar focos do mosquito transmissor. Xanxerê, que está em epidemia de dengue, conta com 12 unidades de saúde atendendo casos suspeitos da doença.

“Orientamos que todas as pessoas que apresentarem sintomas sugestivos a dengue, como febre, dor no corpo, dor de cabeça e ao redor dos olhos, que procurem a unidade de saúde mais próxima. Estamos trabalhando com reforço nos postos que ainda estão dando conta de atender toda essa demanda”, ressalta a coordenadora de Vigilância em Saúde, Caroline Cenzi.

Abelardo Luz

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou nesta segunda-feira, o primeiro óbito em decorrência da dengue em Abelardo Luz.  Trata-se de um homem, de 74 anos, que estava internado desde 20 de março no Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê.

“O paciente, que possuía comorbidades relacionadas a diabetes, foi a óbito por agravamento dos sintomas da dengue, causando  broncopneumonia e septicemia”, informou a pasta em nota.

Abelardo Luz  vive uma epidemia de dengue, conforme boletim divulgado nesta segunda, já são 402 casos confirmados de contágio em 2022. A prefeitura informou que está desenvolvendo diversas ações de controle, conscientização e combate ao mosquito transmissor da dengue, fumacês e mutirões em locais com maiores índices de contágio e focos.

Agravamento da epidemia

Diante do agravamento da epidemia de dengue no interior do Estado, a DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) instalou em Chapecó, no Oeste do Estado, o Centro Regional de Operações de Emergência em Saúde, que deve auxiliar no direcionamento das ações para o enfrentamento da doença.

O Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres também acionou suas estruturas regionais para integrar diferentes órgãos do governo do Estado e municípios, permitindo a implantação de medidas rápidas e de forma intersetorial, tanto para controle do mosquito Aedes aegypti, como para assistência dos casos.

Desde o início do ano, Santa Catarina vem registrando um grande aumento nos casos de dengue, especialmente na região Oeste. Por conta desse cenário, a emitiu na quarta-feira (30) uma nota de alerta para todo Estado.

No documento, a Diretoria alerta que até meados de março, SC evidenciou um aumento de 144% no número de notificações de casos suspeitos de dengue em comparação ao mesmo período do ano de 2021, e de 108%, no número de casos confirmados da doença.

“A transmissão de dengue já foi registrada em 38 municípios do Estado. Com o aumento no número de casos, aumenta também a preocupação com o adequado manejo clínico, com a suspeição da doença, notificação e acompanhamento, de forma a evitar casos graves e óbitos pela dengue”, destaca João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.

Santa Catarina tem 16 municípios enfrentando epidemias da dengue. São 124 municípios infestados pelo mosquito Aedes Aegypti até o final de março de 2022. O número é maior que no ano passado, quando foram confirmadas 110 cidades com infestações no período.

Situadas principalmente no Oeste Catarinense, as epidemias acontecem em Maravilha, Seara, Iporã do Oeste, Belmonte, Concórdia, Romelândia, Abelardo Luz, Itá, Xanxerê, Guaraciaba, São José do Cedro, Coronel Freitas, Mondaí, Caibi, Flor do Sertão e Santa Helena.

Cenário da dengue em SC

De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado em 25 de março, foram registrados 2.657 casos de dengue no estado, sendo que 2.122 (80%) são autóctones, ou seja, a infecção ocorreu no território catarinense.

As mortes registradas neste ano em Santa Catarina ocorreram em Criciúma (caso importado), Seara, Xanxerê, Abelardo Luz, Itá e Romelândia. Há óbitos em investigação em Chapecó (2), Ascurra, Brusque, Seara e Palmitos.

A transmissão da dengue acontece durante a picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com vírus. Após a picada, os sintomas podem surgir entre quatro e 10 dias.

“Dessa forma, agora, é fundamental que a população reforce as medidas de prevenção contra a dengue. Mais do que nunca, é necessário verificar locais que possam acumular água e eliminá-los. Essa continua sendo a melhor estratégia de prevenção contra a doença”, reforça Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE.

Sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, com duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e, no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes. Ao apresentar sinais e sintomas deve-se procurar atendimento médico para evitar o agravamento do quadro.

“Além disso, os serviços e os profissionais de saúde do estado precisam estar atentos e sensibilizados sobre o cenário de SC. É necessário realizar o manejo clínico conforme o Fluxograma de Classificação de risco e manejo do paciente. A dengue é uma doença única, pode evoluir para a remissão dos sintomas ou pode se agravar, por isso, exige constante reavaliação e observação, para que as intervenções sejam oportunas”, salienta João Fuck.

Fonte: NDMAIS