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Jovem que morreu ao instalar ar condicionado em Joaçaba desconhecia riscos que corria, diz Procurador do MPT

O jovem Eduardo de Souza, 22 anos, que morreu em setembro do ano passado em Joaçaba quando estava instalando um aparelho de ar condicionado na rua Felipe Schmidt não tinha conhecimento ou capacitação suficiente para executar aquela tarefa naquele local.   Por desconhecer os riscos que corria próximo da rede de alta tensão, ele acabou recebendo uma descarga elétrica, caiu da marquise e perdeu a vida. A constatação é do Procurador Anderson Luiz Corrêa da Silva do Ministério do Trabalho que deverá finalizar em breve o inquérito que apura o caso.

Durante entrevista a Rádio Catarinense ele explicou que duas testemunhas que estavam próximas do acidente já foram ouvidas e também foram solicitados da empresa documentos, programas de segurança do trabalho, cursos que o trabalhador fez e que deixou de fazer e equipamentos de proteção que ele supostamente teria recebido ou não. Um perito do Ministério do Trabalho fez também uma inspeção no local e o laudo já foi anexado no inquérito. O Procurador não quis adiantar muitos detalhes da investigação, mas revelou que a empresa não tinha programas de segurança e cursos e que o trabalhador desconhecia os riscos que estava correndo por trabalhar próximo de uma rede de alta tensão. “Ele precisava ter conhecimento que não poderia manusear equipamentos metálicos próximos da linha, de alta tensão..o trabalhador não estava capacitado a fazer análise de risco” observou o Procurador.

USO DE EPIs

Quanto ao uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o Procurador explicou que todo trabalho em altura, perigoso, deve ser precedido de uma análise de risco para que sejam adotadas medidas de segurança, e que neste caso em investigação faltou esta análise. “ O EPI é o último recurso, antes dele existem outras coisas, identificar os riscos e minimizar com outras coisas, a luva ali não seria suficiente… ele precisava ser capacitado, manusear um equipamento metálico perto de uma linha de alta tensão, provavelmente era um risco que ele não tinha conhecimento, por isso que ele morreu” destacou o Procurador.

O Procurador pode seguir três caminhos: mover uma ação civil pública por entender que a empresa foi realmente culpada pela morte, arquivar o processo ou firmar termo de ajuste de conduta que seria um acordo.

Por Marcelo Santos
Fotos: Redes Sociais