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Polinizadores em perigo

Pouca gente sabe, mas o doce produzido pelas abelhas vai muito além do mel. Os insetos oferecem um serviço de valor inestimável: a polinização e coloca-las sob ameaça é um tiro no pé, alerta Mariana Campos, colaboradora e jornalista do Greenpeace Brasil.

Num artigo publicado esta semana que a Rádio Catarinense teve acesso, o Greenpeace afirma que as abelhas estão ficando viciadas em agrotóxicos. A conclusão é tirada a partir de um estudo recém-publicado por cientistas da Imperial College London, do Reino Unido. Nossas amigas polinizadoras estão desenvolvendo dependência por neonicotinóides, compostos quimicamente semelhantes à nicotina do cigarro, levando-as à morte.

O artigo cita que por conta do risco para as abelhas, o uso de algumas dessas substâncias está suspenso na União Europeia. No Brasil, infelizmente, esses venenos ainda são utilizados em larga escala nas plantações via pulverização aérea e terrestre. Isso tudo mesmo havendo pesquisas conectando o declínio de colônias de abelhas em Santa Catarina à aplicação de neonicotinóides e outros pesticidas. Essenciais para a polinização de frutas e vegetais usados na nossa alimentação, como tomate, berinjela, café e cacau, as abelhas estão desaparecendo do planeta – algumas espécies estão sob risco de extinção global. Os dados revelados pela jornalista mostram que no Brasil, a previsão é de que a população de abelhas e outros polinizadores diminua em 13% até 2050.

As abelhas também contribuem enormemente para a manutenção das florestas. Se elas forem extintas, a reprodução de plantas silvestres ficará comprometida, porque mais de 90% das espécies de vegetação tropical com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem da polinização desses insetos.

FOTO: Marcelo Santos

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