(49) 3551-2424

A arte da estátua viva nas esquinas de Joaçaba

Márcio André trabalha há 15 anos como estátua viva

Desde os anos 90 um fenômeno invadiu as ruas do Brasil inteiro, as famosas estátuas vivas. Eles estão nos centros das cidades, principalmente nas praças e semáforo, chamando a atenção e levando alegria e descontração para quem passa pelas ruas. Além de ser uma profissão curiosa, os personagens despertam o encanto nas pessoas.

Em meio a multidão e os carros e tendo que enfrentar pessoas sem educação e muito calor, eles permanecem firmes e fortes em seu desempenho temático, que utiliza movimentos estáticos, com pausas estratégicas e perfeitas. O fato é que essa profissão é admirada pela população.

Com muito brilho, maquiagem e figurino criado por eles mesmos, e é através do controle sobre os movimentos do corpo, técnicas e mímicas, que eles se destacam, prendem a atenção do público e ganham espaço nas ruas.

O trabalho é gratificante, porém desperta maneiras diferentes de pensar, há quem goste e quem ache que isso não é um trabalho digno. Eles aturam fatos inconvenientes como gozações e xingamentos, mas não deixam de fazer o seu trabalho e manter o sorriso no rosto.

Desde esta quinta-feira (25), o município de Joaçaba recebeu esta arte da estátua viva que está sendo interpretada durante todo o dia, no semáforo da Avenida XV de Novembro com a Santa Terezinha, proximidades da empresa Bonato e o Clube Dez de Maio. Quem está com a responsabilidade de fazer esta interpretação, é Márcio André Ungarati, natural de Blumenau e que há 15 anos atua nas cidades do Sul do Brasil.

Depois do convite de um amigo, ele percebeu que eu tinha o dom para isso, me fez a proposta e me ensinou o dom do estatuísmo no ano de 2002 em Florianópolis. Fico muito feliz quando as pessoas conseguem interpretar o nosso trabalho, que é uma expressão de arte”, disse Márcio, que nos últimos seis meses está trabalhando na companhia de seu pai Ademar Massaneiro de 60 anos.

A dupla que chegou da cidade de Porto União e ficará até o próximo sábado em Joaçaba, usa uma caracterização por dia, sendo que o cowboy e o pirata as que mais chamam a atenção.

A caraterização que demora aproximadamente 20 minutos, leva as pessoas ao imaginário quando passam pela dupla que realiza gestos lentos embaixo do semáforo, e fica a espera da ajuda espontânea dos pedestres e motoristas.

Vivemos nossa vida com o que conseguimos arrecadar no dia a dia. Não somos de gastar o dinheiro sem necessidade, porque sabemos que iremos precisar dele no outro dia. Procuramos ficar em hotéis e fazer nossas refeições onde os preços acessíveis”, explicou Ungarati, que tem três faculdades em seu curriculum (Teologia, Filosofia e Psicanálise).

Não troco mais esta minha vida ou a minha profissão por qualquer outra. Adoro e tenho amor por aquilo que faço. A arte passou a ser a minha vida”, ressaltou o estatuísta que confirmou estar na semana que vem nas cidades de Rio do Sul, Ituporanga e Blumenau onde irão descansar por alguns dias.

A meta de pai e filho é antes do final do ano realizarem uma viagem internacional, sendo que o destino final deverá ser a França. “Já estamos nos organizando para isso. Nosso objetivo é até o final deste ano, estarmos mostrando a nossa arte neste país”.

Para quem quer se arriscar nesta arte de estátua viva, Márcio André Ungarati diz que a pessoa deverá ir em busca de informações sobre artes cênicas, expressão corporal e apostar no seu dom, “porque as pessoas acham que é fácil. Elas estão enganadas, porque não é apenas se pintar, o artista nasce com o dom da arte”, finalizou o estátua viva.

Por Julnei Bruno