Geral
06/03/2012 Antes, eles ostentavam nas colunas sociais e agora aparecem como protagonistas das páginas policiais. Trocaram o couro macio do banco de seus carros de algumas centenas de milhares de reais, pelo piso gelado com colchão fino das celas da Unidade Prisional Avançada(UPA) de Videira e as badaladas reuniões de gente selecionada pelo breu úmido e coletivo da cadeia. Assim cinco jovens, que até semana passada circulavam com pompa e alguma circunstância agora estão presos, acusados de tráfico de drogas.
Eles se renderam à marginalidade por conta da ocasião, que muitas vezes também faz o ladrão. Enxergaram na venda de ecstasy uma possibilidade de ganhar dinheiro fácil e embalar ainda mais as baladas que promoviam. Como pano de fundo, acredita a polícia, o objetivo era mesmo o tráfico. E foi por ele que Fernando Dias, Elvis Peretti de Oliveira, Mariléia Peretti de Oliveira, André Zanluchi, o “Chupim” e André Chagas, o “Black”, acabaram detidos no último dia 2. Além deles, um casal, que seria pai e mãe de um dos acusados, também foi interceptado e liberado mais tarde.
O enredo, que parece ter sido extraído de algum roteiro policial, é a realidade de uma juventude sem referência, sem valores e disposta ao que for para parecer ser mais e aparecer. Revoga valores e mostra, definitivamente, que ter uma condição social melhor não é chancela para a decência. Coloca, também, numa linha triste e tênue da maledicência, famílias conhecidas, respeitadas e que até bem pouco tempo atrás, não imaginavam enfrentar tal agrura. E promovem, coletivamente, o sentimento de que a droga está, sim, cada vez mais entre nós.
O esquema começou a cair depois de meses de investigação da Polícia Civil de Videira, através da Divisão de Investigação Criminal(DIC), em parceria com as polícias de cidades da região. Após a apreensão da droga, eles foram presos por tráfico e associação ao tráfico, por força de mandado de prisão preventiva. Seriam deles, 49 comprimidos de ecstasy que, em princípio sem saber, o casal transportava da cidade de Balneário Camboriú para Videira, onde seria distribuída em uma festa que estaria sendo promovida por dois dos acusados.
Segundo a polícia, o esquema funcionava assim: Elvis Peretti intermediava a compra das drogas junto com sua irmã, Mariléia, que mora na cidade de Balneário Camboriú. Ela adquiria a droga de outros traficantes daquele município. André Chagas e André Zanluchi participaram viabilizando o transporte das drogas de Camboriú até Videira, onde então seriam entregues a Elvis e a Fernando Dias, que supostamente faziam a comercialização em festas de música eletrônica nas quais o último atuava como DJ.
O Delegado Regional Ighor Siqueira de Araújo que esteve à frente das investigações conta que essa é a primeira apreensão ecstasy ocorrida no município e segundo as investigações, esse grupo seria o maior responsável pela comercialização deste tipo de drogas na cidade e também em toda a região, incluindo a cidade de Joaçaba, onde residia e onde foi preso Elvis Peretti. Mariléia, mostraram as investigações, também traficava nas cidades de Balneário Camboriú e Itajaí, em festas eletrônicas.
“Apuramos que os comprimidos seriam vendidos numa festa que aconteceu sábado(3). Desta forma, mais uma vez percebe-se que essas festas possuem como pano de fundo a comercialização de drogas sintéticas e estas vendas, na maioria das vezes, são efetivadas pelos próprios organizadores, no intuito da maior obtenção de lucros”, esclareceu o delegado, garantindo ainda que as investigações terão continuidade.
MANDADOS EM QUATRO CIDADES
Para efetivar a prisão dos cinco acusados, polícia se mobilizou e fechou o cerco no dia do transporte da droga
Os mandados de prisões foram efetuados em quatro cidades diferentes. Dias e Chupim foram presos em Videira. Mariléia, em Balneário Camburiu, Black em Itajaí e Elvis em Joaçaba. Todos foram encaminhados à Unidade Prisional Avançada (UPA) de Videira.
“Há meses trabalhamos nesse caso. Fomos juntando as peças e, em razão do número de provas que conseguimos, foram expedidos os mandados de prisão dos suspeitos”, explica o delegado regional. As investigações mostraram que os jovens não vendiam essas drogas pelo dinheiro e sim pelo poder de autoafirmação dentro do ciclo de amizades, o que para a polícia é ainda mais grave.
O crime de tráfico é considerado hediondo, por isso no final das investigações e de todo o processo, a prática pode custar caro para os acusados, explica Araújo. “Fazia tempo que eles praticavam esse crime. Tanto, que a carteira de clientes deles já era bem definida e toda a droga apreendida já tinha destino certo”, disse.
O delegado informa que as investigações continuam e que novas prisões poderão ser feitas nos próximos dias. Informações mostraram que cada comprimido era comercializado de acordo com a pessoa. A venda era feita em um circulo de amizades, com preço que variava de R$ 35,00 a R$ 50,00.
Segundo o delegado, o trabalho de elucidação de um caso como esse só prosperou graças às parcerias na Policia Civil. Nesse episódio estiveram envolvidos a Delegacia de Proteção ao Adolescente, Mulher a ao Idoso (DPCAMI) Videira, DPCO VIDEIRA, DPMU Monte Carlo e da Polícia Civil da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joaçaba.
ALERTA AOS PAIS
Araújo disse ainda que os pais e familiares devem ficar atentos ao comportamento dos filhos, pois segundo o que estão percebendo as famílias não faziam ideia que os filhos estavam envolvidos com esse tipo de droga e muito menos que comercializavam.
“Depois que já estão envolvidos no mundo das drogas é difícil sair. As penas para esse tipo de crime são severas. É muito difícil uma pessoa que vá em uma festa que começa às 16:00 horas e vai até as 5:00 horas com pique, por isso tomam esses comprimidos, os pais precisam ficar atentos a isso”, disse.
Segundo estudos as drogas têm efeito diferente em cada pessoa, podendo levar a morte, por isso é muito perigosa. O alerta sobre os efeitos e sobre o que é certo ou errado aos jovens é passado de geração em geração, seguindo isso é imprescindível o papel da família na educação dos mesmos.
O QUE É ECSTASY
O ecstasy é uma droga psicoativa que causa inúmeros efeitos indesejáveis, inclusive a morte. O ecstasy é uma droga psicoativa que pode levar o indivíduo à morte .Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga psicoativa, conhecida quimicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviada por MDMA.
O ecstasy foi produzido por uma indústria farmacêutica no ano de 1914 com o intuito de ser utilizado como supressor do apetite, mas nunca foi utilizado para essa finalidade. Nos anos 60, começou a ser utilizado por psicoterapeutas para elevar o ânimo de pacientes; e na década de 70 passou a ser consumido recreativamente, sendo disseminado principalmente entre estudantes universitários.
O uso dessa droga é proibido em vários países, inclusive no Brasil.Embora esse modo de utilização não seja mais empregado, o ecstasy pode ser injetado via intravenosa. Atualmente o consumo ilegal de ecstasy tem sido realizado na forma de comprimidos via oral.O efeito do ecstasy pode durar em média oito horas, mas isso varia de acordo com o organismo.
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