Economista gaúcho ministra palestra em Joaçaba
Como vai se comportar a inflação? O dólar vai estabilizar? As taxas de juros subirão ainda mais? Qual a perspectiva da economia para o segundo semestre do ano? Estas perguntas que fazem parte do dia a dia dos empresários, com reflexo direto ou indiretamente no cotidiano das famílias, foram respondidas na noite desta quinta-feira (14) em Joaçaba pelo economista gaúcho Pedro Ramos. Ele veio especialmente à Joaçaba à convite do SICREDI para ministrar uma importante palestra de economia promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) com apoio da ACIOC e da UNOESC. A palestra “Cenários Econômicos Atuais e Perspectivas” aconteceu no auditório Afonso Dresch da Unoesc.
Vários aspectos da economia foram abordados durante quase uma hora e meia de palestra. Pedro Ramos apresentou gráficos que mostraram que a inflação entre 2007 e 2014 ficou no patamar em torno de 6%. Em 2015 ela subiu para mais de 10% em razão do aumento de impostos, redução de subsídios, desvalorização cambial e também por causa do El Nino que atingiu a agricultura encarecendo os produtos que chegam na mesa dos consumidores. Para 2016 ele acredita, pelos modelos econômicos que se apresentam, que a inflação deverá ficar na casa dos 7%. “Durante o período recessivo as taxas de juros foram elevadas para controlar a inflação, agora entendo que elas vão desacelerar com previsão de queda até o final do ano” projetou o economista. As taxas de juros elevadas são inibidores significativos para os consumidores e com elevação elas acabam freando as vendas, gerando consequências para todos. “A economia parou porque as empresas pararam de lucrar” explicou ele.
Pedro Ramos defendeu o ajuste fiscal com medidas capazes de derrubar a inflação de forma mais rápida com queda nas taxas de juros e com os investimentos sendo retomados pelas empresas, provocando desta forma uma retomada também na geração de empregos. Mas, segundo ele, com a atual equipe no Ministério da Fazenda é improvável ocorrer um ajuste fiscal.
As tendências da economia, apontadas pelo palestrante, foram debatidas no final da palestra quando os representantes das entidades conduziram perguntas para melhor entendimento das questões abordadas no encontro. A CDL/Joaçaba entende que eventos, como a palestra realizada esta semana, são fundamentais e necessários para preparar os associados para o “nebuloso e até imprevisível” cenário econômico nacional que gera reflexos no dia a dia das empresas. Mais que apenas vender produtos, os lojistas precisam estar atentos na tentativa de visualizar com mais foco o que se desenha no horizonte, já que o país passa por turbulências no cenário político que estão refletindo em nossa economia.
Por Marcelo Santos
